Título: Arlindo Chinaglia interfere em processo contra Paulinho
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/06/2008, Política, p. A9

Brasília e São Paulo, 3 de Junho de 2008 - O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) terá que inteferir na representação contra o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, do PDT de São Paulo, pelo menos indiretamente. Ontem ele anunciou que aguarda parecer para decidir sobre o encaminhamento da representação contra o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Sérgio Moraes (PTB-RS), acusado de retardar a tramitação do processo contra o deputado do PDT. Chinaglia nomeou o primeiro-vice presidente da Câmara, Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), para relatar o caso, uma vez que a representação foi apresentada pelo corregedor titular, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE). O presidente da Câmara lembrou que não há prazo regimental para a apresentação do parecer. "Designei o deputado Nárcio Rodrigues para analisar e produzir um parecer que será encaminhado à Mesa Diretora, e a mim, como presidente. Assim que receber, vamos tomar a decisão", avisou o deputado petista. Inocêncio Oliveira entrou com a representação contra o presidente do conselho porque discordou da atitude de Sérgio Moraes, que deu prazo até esta semana para a instauração de processo contra o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), acusado de envolvimento com desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Inocêncio lembrou que a representação contra Paulo Pereira foi enviada na semana passada pela Mesa Diretora, o que requeria instalação imediata de processo. Chinaglia preferiu não opinar sobre o caso e disse que, como tem poder de decisão, já cumpriu sua parte: deu o encaminhamento à representação. O próximo passo agora cabe ao Conselho de Ética, que vai decidir se arquiva o caso ou envia ao Plenário da Casa a decisão sobre a cassação ou não de Paulo Pereira. Arlindo Chinaglia não acha justo que todos respondam por atos de um parlamentar, mas reconheceu que o caso afeta a imagem da Casa. "De certa maneira, é inevitável haver um desgaste do Legislativo. A gente preferiria que não ocorresse. Agora, espero que cada um responda pelos seus atos. E os atos coletivos é que vão falar pela Câmara dos Deputados", disse. Quanto às votações previstas para esta semana, Chinaglia afirmou que, apesar de fazer parte do acordo fechado na semana passada, a votação da PEC que altera a tramitação das medidas provisórias ainda aguarda avaliação. Segundo Chinaglia, a inclusão da PEC 511/06 na pauta vai depender do andamento da polêmica votação da regulamentação da Emenda 29.