Título: Lula quer mais US$ 4 bilhões de exportações
Autor: Patrícia Nakamura
Fonte: Gazeta Mercantil, 16/09/2004, Nacional, p. A-8

O Brasil tem agora como meta alcançar, este ano, exportações da ordem de US$ 94 bilhões - US$ 4 bilhões a mais em relação a última projeção realizada pelo governo. A tarefa foi direcionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, na madrugada de ontem. "Disse a ele que poderíamos alcançar os US$ 93 bilhões. Ele (o presidente) retrucou, perguntando `por que não US$ 94 bilhões?¿ Portanto, essa será nossa meta de exportações, além de alcançar um superávit de US$ 32 bilhões", afirmou Furlan, durante a abertura da II Feira Internacional da Amazônia (Fiam) que acontece até depois de amanhã sábado em Manaus.

O ministro Furlan afirmou que o setor de duas rodas (motocicletas e bicicletas) da Zona Franca de Manaus (ZFM) deverá atingir exportações de mais de um milhão de unidades. O governo se esforça, disse Furlan, para garantir melhor qualificação da mão-de-obra, para que a região se transforme, em breve, num pólo de exportação de software e de alta tecnologia.

Sem benefícios fiscais, apesar dos apelos do governador do Amazonas, Eduardo Braga, para que as empresas da ZFM passem a gozar de vantagens fiscais extras, o presidente Lula limitou-se a "não medir esforços para promover o desenvolvimento regional, pois, apenas dessa forma, será possível fazer o país crescer de forma justa e equânime". O governador do Amazonas reclamou de alguns estados que não reconhecem a isenção de PIS-Cofins para produtos manufaturados na região. Eduardo Braga e Lula se reúnem dia 24, em Brasília, para discutir PIS-Cofins.

Durante o discurso de abertura, Lula disse que "não vacilou em nenhum momento em prorrogar, até 2023, a ZFM". "Acredito que o novo gasoduto Coari-Manaus, que está em desenvolvimento, possa gerar um ciclo de desenvolvimento da ZFM, atraindo mais empresas." A Zona Franca, disse, tem um grande potencial de crescimento que deve ser aproveitado agora. "O Brasil ficou 500 anos de costas para a América do Sul, por causa do colonialismo, e o comércio entre os países ficou limitado.

De acordo com Lula, o crescimento observado agora na ZFM poderia ter sido observado há 20 ou 30 anos, se "acreditássemos que a instalação de fábricas nessa região seria possível". Enumerou também as obras que devem ser realizadas para promover a região, como hidrovias, aeroportos e rodovias.