Título: Competência da gestão e PAC alicerçam cidades mais dinâmicas
Autor: Assis, Jaime Soares de
Fonte: Gazeta Mercantil, 11/06/2008, Nacional, p. A6
São Paulo, 11 de Junho de 2008 - O crescimento das cidades está baseado na capacidade dos prefeitos em atrair investimentos e aproveitar o bom momento da economia. O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) tem sido também um grande aliado das cidades mais dinâmicas brasileiras. Os vencedores do prêmio "Os municípios Mais Dinâmicos do Brasil - Atlas do Mercado Brasileiro 2008" entregue na última segunda-feira, mostraram que o planejamento, a montagem de uma estrutura de serviços consistentes e a integração regional foram elementos que fizeram com que 27 cidades se destacassem no Atlas que está em sua 9ª edição e circula hoje na Gazeta Mercantil com o mapeamento do perfil de consumo das 300 maiores cidades brasileiras. O estudo realizado pela consultoria Florenzano Marketing foi uma iniciativa da Gazeta Mercantil e da Companhia Brasileira de Multimídia (CBM) mostra que, apesar da força do consumo dos municípios do Sudeste e da região Sul, um novo grupo de prefeitos conseguiu posicionar suas cidades na rota do crescimento e adotar políticas que os alçaram entre os mais dinâmicos do País. Segundo Marcello D¿Angelo, diretor de conteúdo da Gazeta Mercantil, as boas novidades reveladas pela pesquisa vêm das novas fronteiras do desenvolvimento econômico e social do País onde a renda per capita cresce até 30% ao ano. De acordo com levantamento realizado pelo Centro de Informações da Gazeta Mercantil, "de 1998 até 2030, a soma dos investimentos públicos e privados em novos empreendimentos distribuídos em todas as regiões do país vai superar a marca de US$ 1 trilhão, um recorde histórico", assinala o diretor da Gazeta Mercantil. A má noticia foi a concentração de investimentos nas regiões metropolitanas do Sudeste e no Sul. "Desafios como o setor de infra-estrutura, ainda estagnado, e descentralização dos investimentos permanecem preocupando o Brasil e os brasileiros", afirma D¿Angelo.Os municípios desta nova fronteira encontraram caminhos diferentes para apoiar sua estratégia de crescimento. A cidade de Rio Branco, capital do estado do Acre, tem sua economia baseada no extrativismo e na agropecuária mas seu prefeito, Raimundo Angelim Vasconcelos, também investe em infra-estrutura com suporte de recursos estaduais e planeja colocar água potável em 100% das casas do municipio e rede de esgoto em 87% da cidade. Trabalhar com uma gestão participativa com foco no planejamento é outro ponto apontado pelo prefeito como um ponto importante da administração. Os recursos sempre serão escassos diante dos desafios de gerenciar uma cidade de 300 mil habitantes. "Trabalhamos com planejamento, com uma gestão eficiente, utilizando a técnica da matricialidade. Não há um projeto de um secretário, existe um projeto da gestão onde várias áreas se entrelaçam para que os resultados apareçam", afirma Vasconcelos. O Acre está no centro das questões que envolvem a preservação da Amazônia e figura entre os estados menos devastados, com 90% da cobertura vegetal intacta e mantém 14 nações indígenas, inclusive uma tribo isolada cujas imagens foram reveladas recentemente. "Nós entendemos que a floresta deve ser explorada de forma inteligente e racional, Nós temos em Rio Branco várias empresas de manejo florestal empresarial. A única experiência do Brasil de manejo florestal comunitário é no Seringal Cachoeira que foi onde Chico Mendes começou toda sua luta ambientalista", afirma Vasconcelos. Uma das cidades mais dinâmicas do Centro-Oeste, o município de Aparecida de Goiânia, de 500 mil habitantes, era considerada apenas uma cidade-dormitório nas proximidades da capital de Goiás. "Hoje demos a volta por cima. Temos cinco pólos industriais, geramos milhares de empregos para a população e conseguimos melhorar a receita da cidade", afirma o prefeito José Macedo de Araújo. A industrialização e uma estrutura comercial arrojada elevaram a cidade do sétimo lugar alcançado no ano passado para a terceira posição do Atlas do Mercado Brasileiro. A chave para atrair empresas para o municipio está apoiada na logística. "Temos uma estrutura logística muito importante. A cidade está no coração do Centro Oeste, cortado pela BR 153 que liga o País de norte a sul e anéis viários que cortam Aparecida", afirma Araújo. O incremento do consumo e das atividades econômicas de Imperatriz, do Maranhão, cidade de 230 mil habitantes, tem origem em sua vocação atacadista. O prefeito Ildon Marques, declara que sua cidade é um grande entreposto comercial. "Todos num raio de 300 quilômetros ao norte de Tocantins, ao sul do Pará e ao sudoeste do Maranhão se reportam e se abastecem na cidade de Imperatriz", comenta Marques. A produção de soja, pecuária são importantes para a economia da cidade. A produção de alumínio de Paragominas, no estado do Pará, e as atividades mineradoras da Serra de Carajás estimulam o crescimento do município. A estes empreendimentos se somam as usinas de ferro-gusa, a construção da maior aciaria do País próxima de São Luiz, capital do estado, e de novas refinarias. Para Marques, na lista dos maiores atacadistas do Brasil não pode faltar nomes de empresas da cidade, que são responsáveis pelo abastecimento até mesmo de cidades distantes como Recife, em Pernambuco. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)()