Título: Iraque busca mais produtos brasileiros para cesta básica
Autor: Saito, Ana Carolina
Fonte: Gazeta Mercantil, 17/06/2008, Nacional, p. A7

São Paulo, 17 de Junho de 2008 - O governo iraquiano busca o fortalecimento das relações comerciais e diplomáticas com o Brasil. De acordo com o ministro do Comércio do Iraque, Abdul Falah Al Sudani, o seu país tem interesse em adquirir de empresas brasileiras alimentos para compor a cesta básica distribuída à população iraquiana, veículos, máquinas e materiais de construção. "Há laços fortes e respeito mútuo e nós queremos estabelecer novos acordos. Em função do embargo, o Iraque necessita de diversos tipos de produtos para reconstruir a sua reconstrução. O Brasil é visto como um país moderno e temos certeza que pode participar de forma ativa desse processo", disse. Abdul Falah Al Sudani participou ontem de encontro com ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Miguel Jorge, e representantes de empresas locais de armazenagem de grãos, açúcar e outros gêneros alimentícios. Um dos objetivos do governo iraquiano é a ampliação de produtos brasileiros na cesta básica entregue mensalmente a 30 milhões de pessoas no país. Por ano, são 8 milhões de alimentos, sendo que 80% são importados de diversos países como Tailândia, Estados Unidos, Canadá e Argentina. Segundo o ministro, o Iraque já compra do Brasil mais de 700 mil toneladas de açúcar por ano, mas também tem interesse em outros gêneros alimentícios como grãos e leite em pó, que também entram na cesta. Estamos aqui para que empresas brasileiras possam fornecer mais para nós. Queremos que o Brasil seja um dos líderes na composição da cesta básica", comentou. Embaixada no Iraque O ministro do Iraque tem encontro previsto para hoje com o ministro das relações internacionais do Brasil, Celso Amorim. Um dos pontos da pauta de discussões é a reabertura da embaixada brasileira em Bagdá, fechada em 1991 por causa da Guerra do Golfo. Desde 2006, a representação brasileira junto ao Iraque opera a partir de Amã, na Jordânia. . "Nós também queremos uma presença brasileira mais ativa no Iraque. Temos o desejo que o embaixador brasileiro seja residente", afirma. Ele ressalta que país, em especial Bagdá, está muito mais segura hoje. "Há segurança para missões diplomáticas", disse o ministro. O governo iraquiano pretende anunciar ainda neste ano o embaixador do país no Brasil. Desde 2003, não há ninguém no cargo. O assunto ainda está em andamento no Congresso do país. Entre janeiro e maio deste ano, o Brasil já exportou US$ 150 milhões em produtos ao Iraque. Entre os vinte itens mais vendidos, 16 são alimentícios, com destaque para frango, carne bovina e açúcar. Desse total, no entanto, dois terços chegam ao Iraque por meio de países vizinhos. "O Brasil exporta por meio de intermediários, por isso estamos aqui para estabelecer novos números". O governo iraquiano estuda, por exemplo, a aquisição de 10 mil automóveis, além de aviões e ônibus. Segundo o ministro, o Iraque já foi um grande comprador de carros brasileiro e por isso tem boas referências da indústria local do setor. A frota iraquiana mantém em funcionamento os velhos Passats exportados pelo Brasil nos anos 80. "Podemos comprar até mais de 10 mil carros. Confiamos na indústria brasileira", comentou. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)()

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