Título: Emprego industrial cai 0,2%
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 10/06/2008, Nacional, p. A5
Rio, 10 de Junho de 2008 - Boas notícias chegam do fronte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o instituto, o emprego industrial manteve-se estável em abril, situado num patamar de ocupação de mão-de-obra elevado. É o que revelou sua última pesquisa sobre emprego e salário na indústria, distribuída ontem, no Rio. Apesar de o mês de abril ter registrado, em relação a março, uma queda de 0,2%, quando os dados do emprego industrial de abril de 2008 são confrontados com os de abril de 2007, houve um crescimento de 2,6%. E, na série de comparação dos meses recentes frente a igual período um ano antes, os resultados são positivos ao longo 22 meses consecutivos. Também é relevante o fato de o ano de 2007 ter registrado em seus doze meses um crescimento de 2,2%. Ou seja, todo o crescimento de 2008 se dá sobre uma base alta. No caso, o acumulado do emprego industrial do primeiro quadrimestre de 2008 fechou com crescimento de 3%. Já o valor real da folha de pagamento de abril, descontando-se os fatores sazonais, recuou 1,3% ante março. "É preciso relativizar esse recuo na folha de abril, pois em março ela havia crescido 2,7%. Se pegarmos o saldo dos dois meses, o resultado é positivo", ponderou André Macedo, economista da coordenação de indústria do IBGE. E aqui também, se for comparado com abril de 2007, houve crescimento de 6% no valor da folha. Uma das hipóteses para o recuo da folha em abril é a possibilidade de os novos empregos que estão sendo criados sejam de valores mais baixos que a média praticada em cada setor, o que puxaria esta média para baixo. "Esta é uma hipótese a ser considerada, apesar de não termos dados que explicitam essa questão", acrescentou. Os locais que mais empregaram em abril ¿ comparando seus resultados com o mês de abril um ano antes ¿ foram São Paulo, que registrou um crescimento de 4,5%; as regiões Norte e Centro Oeste (2,9%) e o Nordeste e o estado de Minas Gerais, ambos com 2%. Chamou a atenção na pesquisa o crescimento de 34% do emprego industrial no setor de refino de petróleo e produção de álcool no Nordeste. "O petróleo tem a característica de ser um setor mais intensivo de capital. Na prática, o grande empregador neste caso foi mesmo o setor do álcool", informou Macedo. Também foi expressiva a expansão da ocupação da mão-de-obra nos setores de máquinas e equipamentos (12,2%), aparelhos eletroeletrônicos e de comunicação (12,1%) e meios de transporte (11,3%). "Esses são setores que estão apresentando grande dinamismo e, no caso dos eletrodomésticos e celulares, os resultados são positivamente impactados pelo crédito alavancado no País", comenta. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Ana Cecilia Americano)
-------------------------------------------------------------------------------- adicionada no sistema em: 10/06/2008 05:43