Título: Oposição apresenta voto de protesto
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Fonte: Gazeta Mercantil, 06/06/2008, Nacional, p. A6

Brasília, 6 de Junho de 2008 - O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), considerou que a CPI Mista acabou em uma "clara pizza", à revelia do caráter da presidente da comissão, a também tucana Marisa Serrano (MS), e de parlamentares da oposição. "Pela argumentação do relator (de que as investigações devem ficar a cargo do Ministério Público e da Polícia Federal), não se faria mais CPI nenhuma. Houve uma montagem da tropa de choque para não aprofundarmos a busca da verdade", acredita Arthur Virgílio. Ontem, os parlamentares da Comissão aprovaram o relatório final apresentado pelo relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). O texto foi lido na terça-feira (3) e nele o relator não pede o indiciamento de nenhuma autoridade apontada pelo uso irregular de cartões corporativos. Para o relator, se for necessário pedir o indiciamento, isso deve ser feito pelo Ministério Público. Voto separadoOs partidos de oposição - PSDB, DEM, PSOL e PPS - apresentaram voto em separado à Comissão . O voto nem chegou a ser votado porque o relatório do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) foi aprovado, mas pedia ao Ministério Público o indiciamento de 473 servidores suspeitos de uso indevido de cartões corporativos do governo federal. Desse total, o documento, lido pelo deputado Índio da Costa (DEM-RJ), também pediu a abertura de processo na Comissão de Ética Pública contra 37 desses servidores e autoridades. Entre as autoridades, estão a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff; os servidores da Casa Civil Erenice Alves, Maria de La Soledad Bajo Castillo e José Aparecido Nunes Pires. A oposição também sugeriu o indiciamento e a abertura de processo contra os ministros Orlando Silva (Esporte) e Altemir Gregolin (Aqüicultura e Pesca) e dos ex-ministros Olívio Dutra (Cidades), Benedita da Silva (Assistência Social), Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) e Matilde Ribeiro (Igualdade Racial). O voto da oposição sugeriu ainda o indiciamento do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, por ter feito "despesas excessivas e injustificadas" com cartões corporativos. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Agência Senado)