Título: Por US$ 1 bi, Petrobras contrata plataforma
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Fonte: Gazeta Mercantil, 04/06/2008, Infra-estrutura, p. C2

Amsterdã, Brasília e Rio, 4 de Junho de 2008 - O grupo de engenharia marítima SBM Offshore recebeu uma carta de intenção da Petrobras por um contrato de US$ 1 bilhão relativo a uma plataforma flutuante de produção, armazenamento e distribuição (FPSO, na sigla em inglês). A SBM informou em comunicado divulgado ontem que o contrato é sobre atualização e nova cessão de uma plataforma FPSO existente por 12 anos. A empresa informou que a plataforma será movida do campo marítimo de Golfinho em junho de 2009 para um estaleiro. A partir daí será atualizada e transferida para o campo de Cachalote em fevereiro de 2010. "Os trabalhos de relocação e atualização exigirão um significativo investimento adicional na unidade, resultando em um contrato ampliado que começará a ser pago a partir do início das operações em Cachalote", informou a SBM. Potencial da pré-sal Os campos de petróleo localizados em alto-mar, na chamada região pré-sal do Brasil, têm um "alto potencial de produção", disse ontem José Sérgio Gabrielli, principal executivo da Petrobras. "O risco de exploração é muito baixo na região pré-sal, e há um alto potencial de produção", afirmou Gabrielli durante audiência no Senado em Brasília. A Petrobras, proprietária do campo de Tupi, a maior descoberta de petróleo do Hemisfério Ocidental das últimas três décadas, ultrapassou a Microsoft Corp. no posto de sexta maior companhia do mundo em valor de mercado. Gabrielli pediu aos parlamentares brasileiros que mudem as normas para a concessão de autorizações relativas à exploração de petróleo na esteira das descobertas de petróleo e gás em alto-mar próximas do Rio de Janeiro. O executivo propôs as mudanças para permitir que o governo fique com uma fatia da produção de petróleo na tentativa de regulamentar melhor o mercado e atrair mais investimentos. O Brasil não vai leiloar direitos de exploração da área enquanto os estudos estiverem em andamento, disse ontem durante a audiência Haroldo Lima, diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Nova fronteira Depois de abrir para o Brasil uma nova perspectiva ao encontrar reservas gigantes de petróleo na camada pré-sal, a Petrobras parte agora para uma nova fronteira na bacia do Jequitinhonha, um bloco de águas profundas no sul da Bahia que está sendo tratado como prioridade na companhia. A aposta é tanta que, segundo o diretor de exploração e produção da estatal, Guilherme Estrella, uma sonda que operava no campo de Júpiter, na cobiçada camada pré-sal, será deslocada no final do ano para o bloco BM-J-3, dividido em 60% para a Petrobras e 40¨% para a norueguesa Statoil. "É uma alocação que a gente leva grande fé, é prioritário, temos que abrir novas fronteiras e as perspectivas são muito boas", disse Estrella à Reuters para o Global Energy Summit. O bloco em águas profundas foi adquirido por R$ 13 milhões na quarta rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Na época do leilão, geólogos comparavam a bacia de Jequitinhonha à formação geológica da bacia de Campos, atualmente responsável por 80% dos cerca de 1,8 milhão de barris de petróleo diários produzidos no País. "Na avaliação dos geólogos é um prospecto de elevada atratividade, por isso vamos tirar a sonda do pré-sal e ir para lá", explicou o executivo da estatal. Outras descobertas Mesmo eleita prioridade, Jequitinhonha não tira o brilho das descobertas na chamada área pré-sal da bacia de Santos e nem do recente anunciado óleo leve (36 graus API) no bloco BM-S-40, conhecido como Tiro, em águas rasas na mesma região e que também apresenta configurações geológicas novas. Enquanto a área pré-sal teve seus testes de produção prejudicados pela falta de equipamentos no mercado, e pelo fato de a Petrobras ter que comprovar descobertas para manter os blocos junto à ANP, Tiro, por ser em águas rasas, poderá ter seu projeto acelerado. "Lá temos sondas para furar porque é menos profunda, o pessoal está estudando se faremos testes de longa duração ou piloto de produção", afirmou o diretor de exploração da Petrobras. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Reuters e Bloomberg News)