Título: Governo mexicano faz acordo de congelamento de preços
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/06/2008, Internacional, p. A13

Cidade do México, 19 de Junho de 2008 - O governo mexicano e a principal associação das indústrias do país chegaram a um acordo ontem para congelar até o final do ano os preços de mais de 150 produtos alimentícios, no momento em que a alta mundial do custo dos alimentos tem gerado pressões inflacionárias. O acordo entre o governo e a Confederação de Câmaras Industriais do México (Concamin), que agrupa as 46 câmaras nacionais de todas as indústrias, envolve produtos como farinha, conservas, molhos picantes, pimenta jalapeña, óleo, feijão e algumas bebidas, entre outros. "Com essa decisão da Concamin ficam congelados a partir de hoje e até o final do ano os preços de mais de 150 produtos", disse o presidente mexicano, Felipe Calderón, em entrevista coletiva junto com o presidente da Concamin, Ismael Plascencia. O peso mexicano, que havia alcançado a maior alta dos últimos cinco anos na manhã de ontem, recuou após o anúncio de Calderón. A inflação anual do México chegou em maio a 4,95%, o maior nível desde dezembro de 2004, distanciando-se da meta do banco central de 3% mais/menos um ponto percentual. A alta dos preços é mais leve do que em outros países da América Latina, mas os analistas acreditam que o México começou a mostrar sinais de contágio da alta global dos preços dos alimentos derivado do aumento da demanda em países como a China e Índia, a fabricação de biocombustíveis e os preços recordes do óleo bruto. Recentemente, o governo decidiu eliminar tarifas de importação do milho, alimento base da dieta dos mexicanos, assim como do arroz, do trigo e de outros produtos básicos, para prevenir o possível desabastecimento em meio à cirse mundial de alimemntos. Plascencia disse que no caso da farinha de trigo, o preço será mantido até julho, quando se decidirá se o preço continua fixo ou se sobe. A lista de produtos com preço congelado inclui também atum, sardinha, e algumas sobremesas. As empresas processadoras de alimentos pediram apoio ao governo do México em troca de sua participação no acordo, disse Armando Cobos Pérez, diretor-geral da Câmara Nacional da Indústria de Alimentos em Conserva. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 13)(Reuters e Bloomberg News)