Título: Preço sobe em Londres e recua em Nova York
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Fonte: Gazeta Mercantil, 16/09/2004, Energia, p. A-9

O preço do petróleo caiu quase 2% em Nova York ontem, apesar da redução das reservas armazenadas nos Estados Unidos em mais de sete milhões de barris na semana passada. Os contratos para outubro do óleo tipo WTI na Bolsa de Mercadorias de Nova York fecharam a US$ 43,58, uma queda de 1,82% em relação a terça-feira. Na Bolsa Internacional de Petróleo de Londres, porém, o movimento foi em sentido contrário. O barril do óleo tipo Brent fechou cotado a US$ 41,85, com alta de 0,25%.

Os contratos para outubro de gasolina em Nova York se revalorizaram em cerca de um centavo e fecharam a US$ 1,21 o galão (3,78 litros), enquanto os contratos de gasóleo de calefação caíram dois centavos em comparação ao preço anterior, ficando em US$ 1,20.

O mercado nova-iorquino reagiu em alta após a notícia de que as reservas acumuladas de petróleo tiveram uma forte retração na semana passada e que as de gasolina também registraram uma queda. As reservas de gasóleo, no entanto, aumentaram. As reservas de petróleo nos EUA caíram 7,1 milhões de barris e ficaram em um total de 278,6 milhões de barris, cifra 1,1% inferior à de há um ano, segundo dados do Departamento de Energia. As reservas de gasolina recuaram em 1,6 milhão de barris e se situaram em um total de 202,5 milhões, 3,9% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

As reservas de produtos destilados, que incluem o gasóleo de calefação e o diesel, aumentaram em 1,7 milhão de barris e ficaram em um total de 128,3 milhões, uma cifra muito similar à de há um ano. O aumento nesta categoria se concentrou quase em sua totalidade no gasóleo. As reservas deste produto ficaram em 53,1 milhões de barris e são 2,3% superiores às de há um ano.

Os operadores começam a prestar mais atenção à evolução de reservas de gasóleo à medida que se aproxima o inverno nos EUA. Por isso este aumento foi bem recebido no mercado. Os especialistas não descartam, no entanto, que os preços retomem a alta em próximas sessões, sobretudo se o furacão Ivan interromper a produção no Golfo do México e a atividade das refinarias no sul dos Estados Unidos por um tempo prolongado.

Alguns analistas atribuíram a queda nas reservas a dificuldades no abastecimento por causa dos problemas meteorológicos, e destacaram que estas poderão subir, uma vez recuperado o ritmo normal de provisões. Os operadores continuam atentos à evolução do furacão Ivan. Este temível fenômeno meteorológico provocou a evacuação de 575 plataformas marítimas, 75% do total, na região do Golfo do México, e reduziu a produção diária em 1,3 milhão de barris, 77,6% do total, segundo dados oficiais.

A queda no preço do petróleo, pela primeira vez na semana, coincidiu com a decisão da Opep de aumentar em 1 milhão de barris diários o nível oficial de produção, que fica agora em 27 milhões de barris diários. Os especialistas reiteraram, porém, que essa decisão é mais formal que real.