Título: Dólar cai ao menor valor desde 1999 e juros recuam
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 18/06/2008, Finanças, p. B2

São Paulo, 18 de Junho de 2008 - A cotação da moeda norte-americana caiu ao menor nível desde 20 de janeiro de 1999, respondendo ao fluxo positivo e acompanhando os movimentos do dólar frente às outras divisas emergentes. A moeda recuou 1,05%, a R$ 1,606 na compra e R$ 1,608 na venda. No ano, a divisa estrangeira acumula 9,5% de perdas. De acordo com Sidnei Nehme, diretor executivo da corretora NGO, esse é um movimento global de queda do dólar, ligado à expectativa de menor aumento do juro nos Estados Unidos no curto prazo. Frente a uma cesta de moedas, o dólar perdeu cerca de 0,20%. Tendência de alta A melhora do fluxo, relacionado à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que retomou tendência de alta apesar do recuo nos preços do petróleo, e a posição dos bancos, ainda excessivamente comprados no mercado físico também contribuíram com a queda. "Os bancos aproveitam para melhorar a média do preço do estoque comprado, já que o fluxo, neste momento, é totalmente positivo", destaca Nehme. Também ingressou no mercado o saldo de recursos da abertura de capital da OGX, empresa de petróleo e gás do empresário Eike Batista. Para Nehme, neste cenário em que o dólar já perdeu a sua capacidade contributiva ao controle inflacionário, pelo menos no sentido de retrocedê-la, a situação passou a impactar negativamente a viabilização das exportações de manufaturados, tornando cada vez mais a pauta brasileira dependente do desempenho das "commodities" no mercado internacional, e também estimulando as importações. Quanto aos juros, os investidores corrigiram parte dos exageros depois de dois dias de alta nos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). O DI de janeiro de 2010, o mais líquido, recuou de 14,91% para 14,85% ao ano. Este papel teve 254,5 mil contratos fechados e giro de R$ 20,5 bilhões. Cautela nas operações O diretor de gestão da Meta Asset Management, Alexandre Horstmann, atribuiu o ajuste para baixo na curva de juros ao recuo na cotação do petróleo, queda da moeda norte-americana e aos mercados externos, que também trouxeram influência positiva nos negócios ao indicar menor perspectiva de aumento dos juros nos Estados Unidos. No entanto, o executivo frisa que a cautela continua sendo a palavra-chave nas mesas de operações de renda fixa. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Redação)

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