Título: BC tem instrumentos para restringir crédito
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/06/2008, Nacional, p. A5
Brasília, 20 de Junho de 2008 - O Banco Central possui quatro ferramentas legais que podem restringir a oferta de crédito no mercado. Pode ser por intermédio da elevação do juro básico da economia (Selic) e pelo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ambos elevam o custo do financiamento e conseqüentemente a demanda pelos recursos na praça. Pode ser também pelo aumento da taxa dos depósitos compulsórios dos bancos que recolhem ao Banco Central uma quantia das captações feitas em depósitos à vista ou a prazo. Essa tem o efeito de enxugar a oferta de recursos no mercado. O último aumento sobre os compulsórios foi em 2002, ocasião em que as taxas passaram a ser 45% mais 8%, para os depósitos à vista, e 15% mais 8%, para os depósitos a prazo. Outra forma de restringir o crédito é pela estipulação de um limite nos prazos de financiamentos de algumas modalidades, entre elas a de veículos que nos últimos meses vêm puxado a concessão de crédito no mercado. Para tanto, o Conselho Monetário Nacional (CMN) teria que criar uma norma que estipularia um teto nos prazos de financiamentos. Em abril, o volume de crédito emprestado atingiu a marca de R$ 1,018 trilhão, o equivalente a 36,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Do total, R$ 725,5 bilhões são recursos livres, dos quais 48% contratados por pessoas físicas. O restante de 52% foi contraído por pessoas jurídicas. Fonte reservada do Banco Central, entretanto, diz que o crescimento das operações de crédito não ameaçam a inflação, pois as taxas crescem dentro da normalidade. A exceção é dos financiamentos destinados à aquisição de veículos que crescem influenciados pelas operações de leasing, as quais não têm a incidência do IOF. Recentemente, o governo elevou os compulsórios exclusivamente para empresas de leasing. No início do ano tinha elevado a taxa de IOF para compensar parte das perdas com o fim da CPMF, para várias modalidades de crédito, exceto para as operações de leasing. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)