Título: Mercado prevê elevação de 0,8% para o IPCA-15 de junho
Autor: Stecanella, Vanessa
Fonte: Gazeta Mercantil, 25/06/2008, Nacional, p. A5

São Paulo e Rio, 25 de Junho de 2008 - A inflação pode dar hoje mais um passo rumo ao teto da meta (6,5%) estipulada pelo governo federal, na opinião de uma parcela do mercado financeiro. Sondagem realizada pela InvestNews mostra que os analistas acreditam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de junho, que será divulgado hoje, registrará alta entre 0,75% e 0,80%, média de 0,78%. Caso a taxa atinja a média das projeções, o IPCA-15 - considerado uma prévia do índice oficial de inflação (IPCA) -, poderá ser até 0,22 ponto percentual superior ao apurado em maio (0,56%). Os alimentos continuam sendo os vilões da aceleração da inflação em junho, podendo responder por até 60% do indicador. Mas as despesas com habitação e artigos de residências também podem pressionar o índice. "Os gastos com alimentos ainda sobem. Apesar da expectativa de uma acomodação do preço de alguns itens para os próximos meses, ainda não será nesta prévia que poderemos observar esse movimento", comenta um analista. Em relatório, a LCA Consultores destaca que a leitura dos preços no atacado continua emitindo sinais de pressão, o que tende a refletir no bolso do consumidor em curto espaço de tempo. Já a Concórdia Corretora divulgou uma análise em termos desagregados em que estima alta de 1,02% dos preços livres, acima da taxa de maio (0,73%) e de 0,23% dos preços administrados, superando o mês anterior (0,15%). Para o acumulado em 12 meses, a Concórdia aposta em inflação de 5,77%. IPC-S Capitais A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) recuou em seis das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A desaceleração mais intensa foi registrada em São Paulo, capital com o maior peso na formação do IPC-S. Na capital paulista, os preços subiram 0,97% no levantamento de 22 de junho, depois de terem sofrido elevação de 1,23% no índice anterior (de 15 de junho). De acordo com os dados divulgados ontem, houve recuo de preços no Rio (de 1,09% para 0,88%); em Belo Horizonte (de 0,49% para 0,41%); em Recife (de 1,10% para 1,03%); em Porto Alegre (de 0,71% para 0,56%); e em Brasília (de 1,11% para 0,98%). A única capital onde a inflação avançou foi Salvador (de 1,04% para 1,14%). A média para as sete capitais foi de 0,89%, 0,18 ponto percentual abaixo da apurada no levantamento anterior. Das sete classes de despesa que compõem o índice, cinco tiveram desaceleração. Pela segunda semana consecutiva, os preços dos alimentos recuaram, puxados pelas hortaliças e legumes (9,37% para 4,67%), panificados e biscoitos (3,71% para 2,49%), óleos e gorduras (0,11% para -0,69%) e aves e ovos (2,67% para 2,40%). Os grupos educação, leitura e recreação (0,56% para 0,42%), vestuário (0,39% para 0,30%), transportes (0,09% para 0,03%) e saúde e cuidados pessoais (0,67% para 0,64%) também apresentaram recuos em suas taxas de variação. Por outro lado, os gastos com despesas diversas (0,07% para 0,22%) avançaram na passagem de um levantamento para outro. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)