Título: Etanol em desvantagem
Autor: Amorim, Diego ; Boechat, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 24/04/2011, Cidades, p. 28

Incentivados pelo governo, os brasileiros puderam comprar veículos flex a partir de 2003. A novidade, explorada com sucesso pelas montadoras, se transformou em uma tendência de mercado. Em agosto de 2008, os automóveis capazes de rodas com gasolina, com álcool ou com a mistura dos dois combustíveis já representavam 23% do total da frota do Brasil.

No Distrito Federal, os carros flex representam hoje 41% dos veículos em circulação, segundo estatísticas do Departamento de Trânsito (Detran). No entanto, com os recentes aumentos no preço do derivado da cana-de-açúcar, a possibilidade de escolha em abastecer com etanol ou gasolina perdeu sentido. Em Brasília, a situação é ainda pior: desde 2009 não é vantajoso abastecer com álcool. Em todo o Brasil, a desvantagem se generalizou no início deste mês, de acordo com levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

No início do mês, a ANP confirmou que o governo federal avalia a possibilidade de passar para o órgão regulador a fiscalização de toda a cadeia produtiva do etanol, com o objetivo de acabar com o problema de escassez do produto. Desde o ano passado, os preços do álcool estão subindo nas usinas e, consequentemente, nas bombas. (DA)