Título: Barril sobe US$ 5 e atinge valor recorde de US$ 139,64
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/06/2008, Infra-estrutura, p. C8

Nova York, 27 de Junho de 2008 - Os preços do petróleo saltaram para um novo recorde ontem, impulsionados por notícias de que a Líbia está avaliando um corte de sua produção e um dólar fraquejante. Um comentário do presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de que os preços podem subir para até US$ 170 por barril nos próximos meses também alimentou a alta da sessão. Na bolsa de Nova York, o contrato do barril WTI para entrega em agosto fechou em forte alta de US$ 5,09, ou 3,78%, para US$ 139,64 por barril, em relação ao dia anterior - superando o recorde anterior, de US$ 138,54, batido em 6 de junho. Durante a sessão, o barril foi negociado entre US$ 133,68 e US$ 140,39, superando a máxima de 139,89 registrada em 16 de junho. Em Londres, o contrato para agosto do petróleo tipo Brent subiu US$ 5,50, ou 4,01%, para US$ 139,83, na comparação ao dia anterior. O Brent também atingiu valor histórico, acima do recorde de US$ 137,69 de 6 de junho. Só 2% da oferta mundial "Os comentários da Líbia estão contribuindo para a alta", disse Brad Samples, analista de commodities da Summit Energy Inc. de Louisville, no estado norte-americano de Kentucky. "Os líbios são responsáveis por apenas cerca de 2% da produção mundial, mas, com o aperto da oferta, cada barril tem um impacto", acrescentou Samples. O país africano produziu, em média, 1,85 milhão de barris de petróleo bruto ao dia no ano passado, ou 2,2% da oferta mundial do produto, segundo relatório deste mês da BP Plc. Influência do dólar "O dólar também esteve perto das mínimas do dia", disse Tom Bentz, analista da BNP Paribas Commodity Futures. A maior autoridade do petróleo da Líbia, Shokri Ghanem, afirmou que o país não tem planos concretos para reduzir sua produção de petróleo, mas está estudando a possibilidade em resposta às ameaças feitas pelos Estados Unidos contra os países produtores de petróleo. Ghanem preferiu não informar quando será tomada uma decisão sobre uma possível baixa da produção da Líbia ou quando será dada alguma indicação da magnitude do corte que está sendo estudado. Ghanem explicou que as previsões de cortes foram feitas devido à lei aprovada em janeiro pelo Congresso dos Estados Unidos, que permite que as famílias das vítimas norte-americanas de atentados vinculados à Líbia confisquem ativos líbios e os de empresas que negociam com esse país do Norte da África. Pelo menos duas ações já deram entrada em Washington. A legislação norte-americana que autoriza a abertura de processos contra a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) também pode gerar reduções, disse Ghanem. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que vai vetar esse projeto de lei, chamado de Nopec (Opec é a sigla Opep pelas iniciais em inglês), aprovado em maio pela Câmara dos Deputados, porque ela pode limitar a disponibilidade de gasolina e gerar novos aumentos nos preços dos combustíveis. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8)(Reuters e Bloomberg News)