Título: Kassab: será uma disputa peculiar
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Fonte: Gazeta Mercantil, 01/07/2008, Politica, p. A7

São Paulo, 1 de Julho de 2008 - O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, promete uma "campanha peculiar" para permanecer à frente da prefeitura. Esta é sua avaliação sobre a contradição de liderar uma administração repleta de tucanos e ter de disputar com o PSDB de Geraldo Alckmin nas urnas. Na gestão da cidade, Kassab, assim como seus adversários, tem quase que um pensamento único: as medidas para tentar solucionar o trânsito. Além de ter iniciado um embate para restringir a circulação de caminhões no centro expandido da cidade, Kassab tem uma fixação que é o investimento no metrô. Na campanha eleitoral, enquanto Alckmin, que lidera junto com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) as pesquisas de intenção de voto, afirma que não vê em Kassab um opositor, o prefeito não deixa dúvidas quanto à forma de seu relacionamento com o ex-governador. "Ele é adversário, é evidente, a partir do momento que ele não quis apoiar minha candidatura, ele entendeu que seria melhor outro caminho para a cidade e, portanto, é adversário. Ele escolheu seguir este caminho", disse Kassab. Para o prefeito, o PSDB não entendeu que sua candidatura era "natural", por se tratar de reeleição. "A relação do PSDB e do DEM na campanha é muito peculiar. Eleitoralmente, existem duas candidaturas, mas não é por isso que não vou considerar o PSDB aliado. Vamos ganhar e vamos continuar com o PSDB", disse. Outra coincidência aproxima Alckmin e Kassab: a escolha do marqueteiro Luiz Gonzalez para realizar a campanha do prefeito. Ele foi responsável por três campanhas de Alckmin. Quanto ao comportamento do governador José Serra (PSDB) na campanha, se ele apoiará Alckmin ou Kassab, o prefeito se diz tranqüilo. "Ele vai saber se comportar com equilíbrio, ele é inteligente." Antecipando-se às possíveis críticas em relação aos cada vez maiores congestionamentos de trânsito em São Paulo, Kassab sai atirando. Para ele, tanto a gestão do ex-governador Alckmin quando a da ex-prefeita Marta deveriam ter investido na expansão do metrô. Para ele, a gestão da cidade é uma questão de prioridade e critica as escolhas da petista Marta, que o antecedeu. "Minha principal crítica (à gestão Marta) é a falta de planejamento. Não entendo que uma administração possa construir CEUs (Centros de Educação Unificada) sem acabar com escolas de lata." (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)(Reuters)