Título: Consumo de bebida cai 25% no Rio
Autor: Americano, Ana Cecilia
Fonte: Gazeta Mercantil, 01/07/2008, Empresas, p. C1

Rio, 1 de Julho de 2008 - O consumo de bebidas nos bares na cidade maravilhosa, conhecida por sua tradição boêmia, caiu 25% neste final de semana devido à nova legislação de trânsito que penaliza quem dirige após o consumo de álcool. A estimativa foi feita a partir de uma amostragem de 15 estabelecimentos situados na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde ficam os bairros considerados nobres, além de Lapa e Vila Izabel. O levantamento foi realizada pelo SindRio, o Sindicato de Bares, Hotéis e Restaurantes. O setor tem expressão na economia local: conta com 19 mil estabelecimentos no estado fluminense e corresponde a 1,8% do seu PIB. O segmento é particularmente importante como empregador, respondendo por 120 mil postos de trabalho no Estado. "Não apenas houve uma redução no consumo de bebidas, mas o movimento como um todo caiu em relação ao final de semana anterior", comentou Pedro De Lamare, diretor de comunicação da entidade. Segundo ele, essa redução tende a ser maior nas próximas semanas. "Houve uma grande exposição na mídia da operação da polícia na cidade, com a prisão de 7 pessoas e 18 carteiras de motoristas apreendidas. Essa informação deverá impactar ainda mais o movimento daqui para frente", afirmou. O empresário acredita que a redução do faturamento tenha sido maior entre os bares, cujos carros chefe são o chope, a caipirinha ou a cachaça. "Já, entre os restaurantes, a queda nas vendas certamente foi menor", diz o diretor do SindRio, informando que o sindicato deverá fazer um levantamento mais detalhado a partir de um mês da promulgação da legislação. Segundo o diretor, ele próprio proprietário da rede de onze restaurantes Gula Gula, já se dá entre os empresários da área uma movimentação no sentido de criar convênios com cooperativas de táxi e a contratação de vans comunitárias nas principais zonas de restaurantes na cidade, de forma a oferecer o serviço de transporte a quem quer consumir bebidas alcóolicas. Alfredo Lopes, presidente da Associação de Hotéis do Rio de Janeiro, e vice-presidente do SindRio, informa que os empresários do setor estão em "estado de choque" com a amplitude da nova legislação. "Tolerância zero é uma atitude muito mais rigorosa do que o que ocorre nos Estados Unidos", exemplifica ele. "E isso é complicado num país como o Brasil, onde a propina está institucionalizada", questiona ele, que considera exagerados os limites de álcool previstos na lei.(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)() .