Título: Superávit comercial recua 44,74% no 1º- semestre
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 02/07/2008, Nacional, p. A5

São Paulo, 2 de Julho de 2008 - Movido pela contínua valorização do real frente ao dólar, o saldo da balança comercial brasileira vem perdendo cada vez mais o fôlego. No primeiro semestre deste ano o superávit de US$ 11,37 bilhões foi 44,74% menor do que os US$ 20,58 bilhões apurados em igual etapa do ano passado. O montante exportado chegou a US$ 90,65 bilhões e o importado a US$ 79,28 bilhões. No mês de junho, o saldo foi de US$ 2,72 bilhões, também inferior ao mesmo período de 2007 (US$ 3,82 bilhões). Em maio, a balança comercial havia registrado superávit de US$ 4,08 bilhões, número recorde para o mês, inflado por exportações feitas no mês anterior, mas registradas com atraso por conta da greve dos auditores fiscais da Receita Federal. Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações somaram US$ 18,59 bilhões em junho, o que correspondente a US$ 885,4 milhões de média por dia útil. Já as compras somaram US$ 15,88 bilhões ( média por dia útil de US$ 756 milhões). Valorizações à parte A valorização do preço das commodities continua beneficiando as exportações, uma vez que o Brasil é um dos maiores e mais diversificados exportadores agrícolas, minerais e industriais, além de exportar também petróleo. Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, o crescimento de 24,8% dos embarques é o maior desde 2004, quando a alta foi de 31,3%. Na outra ponta, o câmbio favorável à entrada de produtos importados fez com que o volume de desembarques crescesse 51,8% entre janeiro e junho. A taxa é a maior desde 1995, quando havia uma paridade entre o real e o dólar. Para os economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) as compras externas se distribuíram em parcelas iguais entre elevação de preços de produtos importados (especialmente petróleo e, em menor escala, bens intermediários) e de volume. "O padrão do primeiro semestre pode ser repetido na metade final do ano". A estimativa do Iedi é que o saldo comercial no ano seja superior a US$ 25 bilhões, bem abaixo dos US$ 40 bilhões de 2007. Para que isso se concretize, o superávit por dia útil referente a junho (de US$ 196 milhões) deve se manter. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Redação com agências)