Título: Pimentel lança primeiro fundo de recebíveis
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 02/07/2008, Politica, p. A8

Brasília, 2 de Julho de 2008 - Um dia depois de se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito de Belo Horizonte, o petista Fernando Pimentel, conseguiu ontem concretizar uma operação inédita no País: o primeiro Fundo de Investimento em Direito Creditório (FIDC). O fundo, a ser lançado em setembro, vai permitir a venda de ativos da dívida ativa (débitos de impostos não efetivados) do município. Na segunda-feira, de forma inesperada, o presidente Lula apoiou enfaticamente a candidatura de Márcio Lacerda, do PSB, à prefeitura de Belo Horizonte em aliança com o PSDB, do governador Aécio Neves, e apoio do próprio Pimentel. O projeto do Fundo está sendo estruturado pelo Banco do Brasil e prevê a venda de títulos de até R$ 500 milhões, informou Pimentel, após se reunir com o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, na sede do órgão, ontem, em Brasília. O prefeito afirmou que os recursos provenientes do fundo serão aplicados em investimentos de obras no município. "Imagino que, em curto prazo, a gente possa receber entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões se lançarmos os títulos em setembro", previu. A emissão de R$ 500 milhões em títulos será realizada em várias fases, sendo a primeira de R$ 100 milhões. A carteira total da dívida da prefeitura de Belo Horizonte é de R$ 4 bilhões. "A dívida ativa dos contribuintes com o município é grande, mas vamos fazer a operação apenas com uma parte da dívida que está reconhecida e já negociada", afirmou Pimentel. O fundo vai comprar recebíveis de dívidas ativas do município que já foram refinanciadas em até 180 meses. E as quotas do fundo serão emitidas no mercado pelo Banco do Brasil. Os títulos poderão ser emitidos para resgate em até 36 meses. As finanças da Prefeitura de Belo Horizonte têm sido bem sucedida. A dívida ativa a ser negociada será auditada por empresa independente. Recentemente a prefeitura passou por uma avaliação da Fitch Ratings para obter a certificação da operação. O objetivo é dar mais garantia aos investidores. Só poderão participar da operação investidores qualificados, certificados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que limitou a operação em torno de R$ 300 mil. Pimentel afirmou que a opção pelo BB deve se ao fato de a instituição ser um banco que centraliza as contas da prefeitura. De acordo com ele, o retorno aos investidores será adequado às taxas de mercado. Pimentel negou que tenha sido convidado a integrar a equipe de governo de Lula e disse que pretende se aposentar ao final de seu mandato (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)()