Título: Com pré-sal, Petrobras mudará contratação
Autor: Lorenzi, Sabrina
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/07/2008, Infra-estrutura, p. C3

Rio, 3 de Julho de 2008 - O vigoroso potencial da camada pré-sal modificará o processo de contratação de plataformas da Petrobras ainda neste ano. Em vez de encomendar unidades inteiras de produção, como de praxe, a estatal vai contratar partes de plataformas, em série, para ganhar escala. A idéia é encomendar para uma mesma empresa uma determinada quantidade de cascos; para outra módulos de geração elétrica; bem como haverá licitação distinta para módulos de compressão de gás e outra encomenda para montagem de várias unidades ao mesmo tempo. Até dez cascos de plataformas poderão ser licitados para o campo de Tupi, nos próximos meses. O vencedor, nesse modelo previsto, será responsável pela construção de todos eles. Os cascos serão usados nas plataformas do tipo FPSO que serão instaladas na primeira fase de exploração da camada pré-sal da bacia de Santos, segundo o gerente-executivo de Engenharia da Petrobras, José Pedro Barusco. O executivo afirmou que a empresa planeja abrir licitação para todos os pacotes até o final do ano, começando pelos cascos provavelmente no final de agosto. Serão no mínimo cinco FPSO´s para atuar em Tupi no começo de produção. O número de plataformas que vão atuar no pré-sal ainda não está definido. Vai depender, entre outras questões, da velocidade da Petrobras em conseguir tecnologia para aumentar produtividade das unidades de produção. O gerente-executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Francisco Nepomuceno, afirmou à Gazeta Mercantil "que este modelo de ex ploração de petróleo no pré-sal com muitas plataformas é provisório. "Não estamos querendo produzir com uma plataforma grudada na outra; estamos tentando diminuir isso", disse.Nepomuceno reiterou que a Petrobras está buscando desenvolver tecnologia para a construção de plataformas que seja capazes de extrair mais petróleo em velocidade maior que nas condições das FPSO""s de hoje. Enquanto a tecnologia nova não fica pronta, as primeiras plataformas, construídas em série, devem ficar prontas em quatro anos após a contratação - em 2013. E serão erguidas no dique seco da empresa, o estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul. "A gente precisa de várias unidades ao mesmo tempo. Assim, a escala é maior. Para você desenvolver um campo como Tupi, você precisa de várias unidades. Fazendo dessa forma você ganha. Quando você coloca um contrato de seis cascos, você tem economia de escala", disse Barusco, que participou do seminário "Os Desafios para a Indústria Nacional Frente às Demandas do Setor de Petróleo e Gás", realizado na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. "Estamos prevendo o inicio das licitações para o final de agosto. Essa forma é diferente de clonarmos os projetos, quando simplesmente copiamos. Agora, faremos tudo de uma vez só", acrescentou. Dos 11 blocos que já foram licitados no pré-sal de Santos, que se estendem por Rio de Janeiro e São Paulo, o BM-S-11 (Tupi), BM-S-24 (Júpiter e Iara) e o BM-S-9 (Carioca e Guará), já apresentam duas descobertas cada um, em diferentes áreas. Mas a Petrobras e suas parceiras afirmam que apenas em Tupi já podem ser quantificadas as jazidas - de 5 a 8 bilhões de barris - porque lá foram feitos testes para medir o tamanho dos reservatórios. Três blocos apresentam uma descoberta cada um: BM-S-10 (Parati), BM-S-8 (Bem-te-vi) e BM-S-21 (Caramba). (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)()