Título: Setor prevê investimento 50% maior neste ano
Autor: Gustavo Viana
Fonte: Gazeta Mercantil, 16/09/2004, Indústria & Serviços, p. A-13

A indústria brasileira do plástico deverá investir US$ 600 milhões neste ano, montante que representará 50% mais do que os US$ 400 milhões desembolsados em 2003, segundo estimativa da Maxiquim Assessoria de Mercado. Os aportes serão empregados na compra de máquinas, em tecnologia, na expansão da capacidade de produção e na modernização das fábricas. A produção de plástico transformado deverá atingir 4,49 milhões de toneladas em 2004, 12% a mais que as 4,02 milhões de toneladas de 2003.

Segundo o diretor do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Rio Grande do Sul (Sinplast), Alfredo Schmitt, os setores que estão impulsionando a produção nacional são os de embalagens e de tubos e conexões. As exportações da indústria de materiais plásticos deverão somar US$ 835 milhões neste ano, volume 30% superior aos US$ 642 milhões do ano anterior.

Em parte, esse crescimento já é reflexo do Programa Export Plastic Nacional, lançado em dezembro de 2003 e que contempla a exportação de produtos plásticos transformados (itens com maior valor agregado). Até 2010, o programa visa zerar o déficit de US$ 1 bilhão na balança comercial do setor e produzir um superávit de cerca de US$ 800 milhões, gerando um resultado líquido de US$ 1,8 bilhão. O principal destino das exportações são os países da América do Sul. "Mas estão crescendo as vendas para os EUA e a União Européia", disse Schmitt. A utilização da capacidade instalada - que em 2003 atingiu 65% - deverá evoluir cerca de 12%. No primeiro semestre deste ano, foi 9% maior que no mesmo período de 2003.

O nível de empregos no primeiro semestre de 2004 foi 5,6% maior que o do primeiro semestre de 2003. Neste ano, deverá aumentar de 7% a 8%, com a criação de cerca de 16 mil novos postos de trabalho. O setor empregava 219 mil pessoas em 2003. Segundo o executivo, o Fórum Latinoplast 2004, que será realizado entre os dias 23 e 25 de setembro, em Gramado (RS), será fundamental para a obter esses resultados. "O fórum tem a função de melhorar a gestão das empresas e a competitividade dos produtos e será a primeira vez a cadeia petroquímica estará unida em um evento como esse", disse.

Acordo entre PQU e Petrobras

A Petrobras e a Petroquímica União (PQU) deverão assinar nas próximas semanas o contrato que possibilitará o projeto de expansão da PQU, após um ano e meio de negociações. "Só restam questões burocráticas, o principal, preço e quantidade, já foi definido", disse o diretor-superintendente da PQU, Wilson Matsumoto. A PQU vai investir US$ 160 milhões para ampliar a sua produção de eteno em 200 mil toneladas anuais. As obras deverão começar no final deste ano e o início das operações é previsto para até 36 meses após a assinatura do acordo.

A PQU irá comprar 1,2 milhão de metros cúbicos por dia de gás de refinaria, sendo 1 milhão proveniente da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), e 200 mil da Refinaria de Capuava (Recap), na grande São Paulo. A PQU vai construir um duto de 100 quilômetos ligando a PQU à Revap. Esse volume de gás é suficiente para a central produzir 140 mil toneladas de eteno. As demais 60 mil toneladas serão fabricadas através de nafta e condensado, que serão importados. Segundo Matsumoto, a companhia deverá importar 220 mil toneladas anuais desses insumos da América do Sul, África e Oriente Médio. A PQU, disse Matsumoto, já iniciou o processo para obter a licença ambiental e de engenharia básica para a obra. Alguns grandes equipamentos, como compressores e turbinas, serão importados dos EUA e da Europa.