Título: Comissão Européia virá conferir etanol brasileiro
Autor: Mancini, Claudia
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/07/2008, Agronegocio, p. C8

O controvertido tema do biocombustível será discutido em São Paulo, de 17 a 21 de novembro, numa conferencia internacional em que estará, do lado brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do europeu, o comissário de Energia, Andris Piebalgs. No ano passado houve conferência semelhante organizada pela Comissão Européia (CE), braço executivo do bloco, em Bruxelas. Na ocasião Lula sugeriu uma outra neste ano. A UE tem interesse em utilizar mais biocombustível para transporte. Há estimativas de que esse produto represente de 2% a 4% do consumo. O parlamento europeu e o Conselho Europeu (que tem representantes de países do bloco) estão analisando uma proposta de lei da Comissão que estabelece como obrigatório que o percentual suba para 10% até 2020. A lei trata de energia renovável para o transporte, mas a previsão hoje é praticamente tudo será em biocombustível, embora alternativas como veículos movidos a eletricidade e energia solar estejam em estudo, diz Ferran Tarradelas Espuny, porta-voz do Comissário de Energia. O objetivo do projeto de lei é tratar da questão do aquecimento global e também reduzir o risco da dependência em petróleo da UE, por questão de preço e numero limitado de fornecedores, que estão em áreas instáveis. A expectativa é de que seja aprovado ate o final do ano e empresas e governo do Brasil estão acompanhando o processo de perto, para que o que for aprovado não prejudique o etanol do Pais. Para o etanol ser usado na UE ha pre-requisitos relacionados, por exemplo, a locais de plantio e mão de obra. Segundo Espuny, como a lei ainda não esta em vigor, é possível que parte do etanol brasileiro que já é exportado para a UE esteja fora dos padrões a serem exigidos. O Brasil é grande fornecedor do produto aos europeus. Uma vez em vigor, a lei terá o importante aspecto de tornar obrigatório o uso do etanol, o que não ocorre hoje e que deve gerar um mercado maior para o Brasil, mesmo com uma tarifa como a atual, equivalente a 60%. Mas para haver esse mercado maior, é preciso que a lei não contenha pontos que funcionem como barreira às exportações do produto.