Título: Brasil quer triplicar vendas para China
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 04/07/2008, Nacional, p. A4

Com o objetivo de triplicar as exportações para a China até 2010, para US$ 30 bilhões, o governo brasileiro anunciou ontem uma agenda positiva que propõe incrementar a corrente de comércio entre os dois países. Porém, ainda não há expectativa de se reverter o déficit do Brasil com aquele País. Além de ampliar os embarques, o governo brasileiro quer aumentar os investimentos diretos da China no País, inclusive em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em projetos de rodovias e ferrovias. Intitulado "Agenda China - ações positivas para as relações econômico-comerciais sino-brasileiras", o plano contém 91 páginas e listou 619 produtos prioritários que têm o potencial de serem vendidos aos chineses em curto e médio prazos", disse o secretário do Ministério de Comércio Exterior, Welber Barral, durante a cerimônia de lançamento, na sede Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na prática, os 619 produtos representam 67% de todos os itens importados pelos chineses no ano passado, cuja listagem totalizou 5,6 mil produtos. Entre eles destacam-se petróleo e derivados, materiais eletrônicos, produtos farmacêuticos, têxteis, produtos de limpeza, carnes de aves e suínas, calçados, farinha para ração animal e papel e celulose. Barral informou que a meta de se chegar aos US$ 30 bilhões é factível, uma vez que nos últimos 12 meses, até junho, as exportações do Brasil para China totalizam US$ 15 bilhões. No ano passado, o valor foi de cerca de US$ 10 bilhões. "A expectativa é de que a participação do Brasil no mercado internacional chegue a 1,25% até 2010", disse. O secretário afirmou que o governo está preocupado com a perda de participação do Brasil, para a China, em diversos mercados, entre os quais a Argentina e os Estados Unidos, conforme o "Observatório China" documento que a CNI divulgará na próxima semana. Além disso, no primeiro semestre deste ano o Brasil apresentou déficit de US$ 1,5 bilhão em relação a igual período do ano passado no comércio com o país asiático.