Título: Fipe eleva projeção de IPC para 6,35% neste ano
Autor: Saito, Ana Carolina
Fonte: Gazeta Mercantil, 04/07/2008, Nacional, p. A6

A inflação na cidade de São Paulo pode encerrar o ano com uma taxa superior a 6%. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) elevou a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em 2008 de 5,93% para 6,35%. Com a elevação de 0,96% em junho, o indicador acumula alta 3,8%, a maior desde os seis primeiros meses de 2003, quando atingiu 5,29%. A elevação da estimativa para o ano deve-se principalmente à maior pressão de alimentos. Segundo o coordenador do IPC da Fipe, Márcio Nakane, a projeção para a inflação no grupo passou de 11% para 13%. "Talvez a previsão seja até otimista. No primeiro semestre, a alta de alimentação foi de 8,27% e, acrescentando os 2,5% previstos para julho, já ultrapassaria 10% em sete meses. Isso quer dizer que para o restante do ano sobraria muito pouco", diz. Para atingir a previsão do ano, a inflação medida pelo IPC deve desacelerar para 2,45% no segundo semestre. No caso do grupo alimentação, a expectativa é de uma queda na taxa de variação para 4,4% entre julho e dezembro. Nakane elevou ainda a projeção de alta no ano para os custos com saúde, de 5,8% para 6,5%. A estimativa para transportes foi reduzida de 4,2% para 3,9% e para vestuário, de 2% para 1,8%. A Fipe manteve as previsões anteriores para habitação, em 4,5%, despesas pessoais (4,8%) e educação (5,5%) ao final de 2008. Segundo o coordenador da Fipe, a inflação da cidade de São Paulo deve ficar em 0,95% neste mês, próxima à variação registrada em junho. Nakane espera desaceleração de 2,87% para 2,50% em alimentação, que continua com a maior alta entre os sete grupos. Com elevação de 9,79% em junho, o item carnes bovinas contribuiu com 0,24 ponto percentual da taxa de 0,96% do IPC e deve manter a pressão no indicador de julho, avalia Nakane. Por outro lado, arroz, leites e frango devem apresentar recuo nas taxas nos próximo meses. A partir do segundo semestre, as tarifas de energia e telefonia podem ser mais um foco de pressão. A contribuição pode atingir 0,44 ponto percentual em agosto e setembro. Confirmada a estimativa de elevação de 4,46%, os serviços de telefonia devem ter pouco impacto, 0,09 p.p. no indicador nos dois meses. No caso da energia elétrica, com aumentos previstos em 4% em agosto e 0,92% em setembro, a contribuição chega e 0,35 ponto. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)()