Título: Endividamento total do País sobe 1,43% e chega a R$ 1,33 trilhão
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/07/2008, Nacional, p. A6

A dívida pública interna cresceu em maio e elevou o estoque total de endividamento do País. No mês, a DPMFI (dívida pública mobiliária federal interna) atingiu R$ 1,239 trilhão, o que representa 1,71% mais do que o apurado em abril, de R$ 1,218 trilhão. Puxado pelo endividamento interno, o estoque total, incluindo a externa, alcançou R$ 1,337 trilhão, 1,43% maior na mesma comparação. Os dados foram publicados ontem no site do Tesouro Nacional com defasagem em decorrência da greve dos servidores do órgão, entre os dias 24 e 28 do mês passado. No caso da dívida interna (títulos públicos corrigidos pelos índices de preços, pela taxa Selic, pelo câmbio ou ainda prefixados), o aumento foi influenciado pela emissão líquida de títulos no valor de R$ 8,5 bilhões e da apropriação de juros mensais em R$ 12,393 bilhões, segundo dados do relatório do órgão. Já o endividamento externo caiu 2,04% entre abril e maio, passando de R$ 99,6 bilhões para R$ 97,6 bilhões. Segundo explicam os técnicos do Tesouro Nacional, no relatório, tal queda foi influenciada "pela valorização da moeda brasileira em relação às demais moedas que compõem a dívida e pelo cancelamento dos títulos recomprados" no período. O aumento da inflação já reflete no custo do endividamento, em decorrência do aumento do valor dos títulos indexados a índices de preços. O custo médio mensal da dívida pública federal interna subiu de 12,5% em abril para 14,2% no mês seguinte. Nos últimos 12 meses, com referência em maio, o custo variou de 12,64% para 12,72%. No estoque total da dívida, considerando a interna e externa, o custo aumentou de 11,71% para 12,03% no período analisado. A tendência refletida nos últimos 12 meses, mostra que o percentual subiu de 10,34% para 11,91%. Participação no bolo No entanto, o Tesouro Nacional informa que o governo reduziu a participação dos títulos atrelados a índices de preços, cuja fatia recuou de 27,63%, em abril, para 27,37% no quinto mês do ano. Já a parcela indexada à taxa Selic subiu de 35,34% para 35,42%. Houve aumento na fatia com remuneração prefixada, de 34% para 34,3%. Ainda consta do relatório do Tesouro Nacional que a parcela da dívida pública interna em títulos de curto prazo subiu para 28,3%, totalizando R$ 350,77 bilhões. Em abril, a participação era de 27,01% do total. E os papéis prefixados responderam por 54,49% da parcela a vencer nos próximos 12 meses. O prazo médio do estoque da dívida pública mobiliária total recuou de 39,26 meses para 38,84 meses entre abril e maio. Efeitos da greve Ao contrário das divulgações anteriores, o Tesouro Nacional não reuniu a imprensa para comentar o documento. Durante a paralisação, alguns chefes comissionados do órgão pediram a exoneração de seus cargos, quando teriam de analisar dados daquele mês. Assim, o Tesouro teve que adiar a divulgação do relatório, afirmou o presidente da União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacom).