Título: Previsão do mercado para IPCA é de 6,4%
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/07/2008, Nacional, p. A6

A expectativa do mercado financeiro para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pela 15 vez consecutiva e chegou a 6,4%, na última sexta-feira, bem mais próxima do limite da meta para este ano (6,5%). Uma semana antes, a projeção era de 6,3%. A informação consta do Relatório de Mercado (Focus), publicação semanal do Banco Central, elaborada com base em pesquisa feita com analistas de mercado sobre os principais indicadores da economia. A meta de inflação para este ano é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Para 2009, que tem a mesma meta, a estimativa passou de 4,80% para 4,91%. No último dia 30, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu o centro da meta de 4,5% também para 2010. A expectativa do governo é que a inflação convirja para o centro da meta até lá. O IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrange as famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos. O regime de metas é adotado no Brasil desde 1999, após o fim da taxa de câmbio fixa. Em São Paulo, a expectativa dos analistas para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP), subiu de 5,85% para 6,33%, em 2008. Para o próximo ano, a estimativa para esse índice se manteve em 4,50%. No mercado atacadista, a estimativa para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), subiu de 11,36% para 11,41%. Com relação ao Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a expectativa passou de 11% para 11,25%, neste ano. Para 2009, a estimativa passou de 5,10% para 5,30 %, no caso do IGP-DI, e de 5,03% para 5,24 %, para o IGP-M. Por sua vez, a estimativa quanto aos preços administrados em 2008 subiu de 3,78% para 3,80% e de 4,80% para 5%, em 2009. Investimento estrangeiro A projeção dos analistas do mercado financeiro para a entrada de investimento estrangeiro direto (IED) no País caiu de US$ 34 bilhões para US$ 33,50 bilhões neste ano. Para 2009, a estimativa se manteve em US$ 30 bilhões. Os analistas consultados pelo Banco Central também alteraram a estimativa para o déficit em conta-corrente (saldo negativo das transações do Brasil com o exterior), de US$ 23 bilhões para US$ 23,57 bilhões, e para o superávit comercial (saldo das exportações menos importações), de US$ 23 bilhões para US$ 22,81 bilhões. A expectativa para a taxa de câmbio ao final de 2008 caiu de R$ 1,67 para R$ 1,65 por dólar. Para 2009, a projeção de déficit em conta-corrente é ainda maior: US$ 32,5 bilhões, contra os US$ 31,9 bilhões previstos anteriormente. No caso do superávit comercial, a estimativa caiu de US$ 15,21 bilhões para US$ 15 bilhões. A expectativa para a taxa de câmbio no próximo ano também caiu de R$ 1,77 para R$ 1,75. Quanto ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), em 2008, a projeção foi mantida em 4,80%. Em relação à produção industrial, os analistas cravaram 5,47% de crescimento.