Título: Carlos Minc critica retomada de Angra 3
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Fonte: Gazeta Mercantil, 09/07/2008, Direito Corporativo, p. A10

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, voltou a manifestar ontem posição contrária à construção da usina nuclear Angra 3. Apesar de ponderar que o processo para a construção da usina nuclear tenha sido legal, o ministro disse que vai impor condições para o funcionamento da geradora de energia. Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Edilson Lobão, informou que pretende iniciar as obras da geradora de energia no início de setembro. Minc afirmou, porém, que existem outras fontes de energia mais "limpas" e com menores potenciais de degradação ambiental. Segundo Minc, o ministério vai adotar medidas como um programa específico para a destinação do lixo nuclear, aplicação de uma taxa para ser investida na conservação dos parques ao redor da usina, além do monitoramento externo dos índices radioativos. O ministro também falou sobre a construção da usina ao divulgar o diagnóstico da situação das unidades de conservação brasileiras, no Ministério do Meio Ambiente. Energia para a Argentina Lobão garantiu ontem, em audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, que o Brasil não terá prejuízo com o fornecimento de energia à Argentina. Lobão explicou aos parlamentares que uma parte da energia repassada ao país vizinho provém de usinas termelétricas que estavam desligadas, pagas de acordo com o preço de mercado. Já a energia repassada à Argentina de hidrelétricas será devolvida ao Brasil no período de seca no País. "Não temos nenhum prejuízo e ainda fazemos política de amizade com o país vizinho", afirmou. Lobão disse também aos parlamentares que o governo está estudando a criação de uma agência reguladora para o setor de mineração e a atualização do Código Brasileiro de Mineração. Ainda segundo o ministro Edison Lobão, até 2016, o Brasil investirá R$ 134 bilhões na geração de energia e R$ 34 bilhões na transmissão.