Título: Mulheres são maioria do eleitorado, com 51,7% do total
Autor: Carneiro, Luiz Orlando Raphael Bruno
Fonte: Gazeta Mercantil, 16/07/2008, Politica, p. A7

As mulheres continuam a constituir a maioria do eleitorado do País. De acordo com os dados consolidados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados ontem, elas representam 51,7% do universo de mais de 130 milhões de eleitores registrados no banco de dados do tribunal. Em 2000, pela primeira vez, o eleitorado feminino superou o masculino (48,3%). Ao todo, estão aptos a votar no pleito municipal de outubro 128.805.829 eleitores, já que os 1.663.720 restantes são registrados no Distrito Federal, onde não há eleições para prefeito nem vereadores. O crescimento total do número foi de 7,47% em relação às últimas eleições municipais. Os eleitores do sexo masculino são ainda maioria em apenas cinco Estados ¿ Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, e Tocantins. No Estado do Rio de Janeiro, o eleitorado feminino atinge o percentual de 53,29%, bem acima da média nacional. Pernambuco, Ceará e São Paulo também possuem eleitorados femininos expressivos, com mais de 52% de participação das mulheres nos números totais. Os números foram divulgados pelo secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Dutra Janino, que destacou também os relativos ao grau de instrução e à faixa etária. O quadro de instrução dos eleitores não é animador. Em todo o País, somando-se analfabetos e pessoas que declararam saber apenas ler e escrever, 56% dos eleitores não chegaram a completar o primeiro grau. Os analfabetos são pouco mais de oito milhões (6,2%); nesse caso o alistamento é facultativo. A maior fatia do eleitorado possui primeiro grau incompleto (34,07% do total); 20.367.757 declararam saber ler e escrever e 10.129.580 concluíram o primeiro grau. Apenas 3,49% do universo de eleitores concluíram cursos superiores. Os estados do Rio de Janeiro (5,41%), São Paulo (5,03%), Rio Grande do Sul (4,14%) e Santa Catarina (4,01%) são os que têm os maiores percentuais de eleitores com nível superior. O Maranhão (0,93%) e o Piauí (1,34%) são os estados onde há menos eleitores com diplomas universitários. Há um indício do crescente interesse dos jovens pela política. Na faixa etária em que o alistamento é facultativo (16 e 17 anos), estão inscritos para ir às urnas quase três milhões de adolescentes. Por outro lado, estão registrados mais de 2,5 milhões de títulos (2% do total) de pessoas com mais de 79 anos, número que depende de confirmação, já que muitos óbitos não foram ainda repassados pelo INSS. A idade média do eleitorado está na faixa dos 25 a 59 anos que, juntas, chegam ao percentual de 66%. O eleitorado do estado do Rio de Janeiro é o mais instruído e também o que conta com o maior percentual de mulheres entre a população votante das unidades da federação. O estado de São Paulo continua sendo, disparado, o maior colégio eleitoral do País. São 29,14 milhões de eleitores aptos a votar, o que representa pouco mais do que 22% dos eleitores brasileiros. Isso significa dizer que a cada cinco eleitores brasileiros, pelo menos um está em São Paulo. Em seguida aparecem Minas Gerais (14,07 milhões de eleitores), Rio de Janeiro (11,25 milhões), Bahia (9,15 milhões) e Rio Grande do Sul (7,12 milhões). No Rio de Janeiro, 608 mil eleitores, ou 5,41% do total, têm curso superior completo, o que coloca o estado a frente das outras unidades da federação, a exceção do DF. Logo atrás, aparecem São Paulo (5,03%), Rio Grande do Sul (4,14%) e Santa Catarina (4,01%). O Maranhão tem o menor percentual de eleitores com grau de instrução superior completo. O TSE divulgou ontem também os números relativos aos títulos eleitorais com problemas na Justiça. Ao todo, são 9,78 milhões de títulos cancelados e 494 mil suspensos.