Título: Equador à espera da Petrobras
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 16/07/2008, Infra-estrutura, p. C4

O Equador espera que a Petrobras melhore sua oferta na renegociação do contrato que lhe permite explorar petróleo na Amazônia e, assim, evite sua saída do país, disse ontem o ministro do Petróleo do Equador, Galo Chiriboga. "A posição do Equador é de que a oferta, acordada de forma preliminar pelos grupos negociadores, não é satisfatória. Temos de fazer com que a oferta feita pela Petrobras satisfaça os interesses da nação", disse um funcionário, sem dar detalhes da proposta da empresa brasileira que extrai cerca de 36.700 barris por dia (b/d). "Não acredito que o processo esteja encerrado. Há ainda a possibilidade dos grupos continuarem conversando para chegar a um acordo", enfatizou Chiriboga, sem descartar a possibilidade de que os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Equador, Rafael Correa, dialoguem sobre o tema. "A relação Estado-Estado é importante. Os presidentes sempre podem conversar e buscar soluções para este ou outros problemas", acrescentou Chiriboga, mostrando que "se não houver acordo com a Petrobras teremos de iniciar um processo de término do contrato". O executivo reiterou que o Equador chegou a um acordo com a City Oriente para que abandone o país em troca de seus investimentos serem reconhecidos. "Chegamos a um acordo com a City Oriente para dar o contrato por terminado", disse o ministro depois que a negociação havia fracassado com a companhia - de origem panamenha e capital americano que explora 3.000 b/d. Também disse que "o caso (com a francesa) Perenco é muito mais simples", já que sua oferta é "razoável". "Há dois pequenos detalhes que estão por terminar, sobretudo na jurisdição (para reclamações), que esperamos sejam resolvidos o mais rápido possível", disse Chiriboga. As três companhias fazem parte de um grupo de transnacionais com as quais o Equador abriu uma renegociação dos contratos para ficar com a totalidade do petróleo extraído em troca de pagar os lucros e os gastos relacionados à operação. As conversações também continuam com a Repsol-YPF (Espanha) e a Andes Petroleum (China)