Título: Dívida aumenta
Autor: Martins, Victor ; Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 26/04/2011, Economia, p. 9

O endividamento do governo cresceu 1,39% em março e chegou a R$ 1,695 trilhão. A dívida interna, que representa 95,07% do montante, também subiu no mês passado, 1,61%, somando R$ 1,611 trilhão. O resultado, segundo o coordenador-geral de operações da dívida pública, Fernando Garrido, foi influenciado pela emissão líquida de R$ 6,8 bilhões em papéis no mercado.

Parte desse volume (R$ 5,2 bilhões) foi direcionada ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O aporte direto faz parte dos R$ 30 bilhões que podiam ser emitidos pelo Tesouro para capitalizar a Petrobras, no ano passado. "É uma operação residual, que já estava permitida anteriormente", comentou.

A participação dos estrangeiros na dívida interna brasileira se manteve estável, consolidando uma tendência já esperada pelo Tesouro. Desde a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre a entrada de capitais externos de 2% para 6%, a fatia de não residentes passou a crescer em ritmo mais moderado. Em março, o volume subiu de R$ 180,6 bilhões para R$ 183,3 bilhões, mas se manteve em 11,4%, uma vez que o montante global da dívida também cresceu.

"Após o IOF, a entrada é significativamente menor, mas mantemos a avaliação de que a participação de estrangeiros vai continuar subindo gradualmente em volume financeiro. Isso pode não se refletir percentualmente", afirmou.