Título: Ministro indiano ainda considera "inadequada" a oferta dos EUA
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Fonte: Gazeta Mercantil, 24/07/2008, Internacional, p. A12

O ministro indiano do Comércio e da Ind´ústria, Kamal Nath, afirmou ontem que a oferta americana de redução de subsídios agrícolas "ainda é inadequada" no terceiro dia da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra. "É preciso admitir que os EUA se mexeram", declarou o ministro indiano durante uma entrevista coletiva. "O fato de o movimento ter começado é um bom sinal", acrescentou. Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que continua otimista quanto a um acordo, mas que isso não acontecerá se não houver flexibilização nas negociação da Rodada Doha. "Se não houver uma efetiva diminuição dos subsídios dos EUA e se não houver uma efetiva flexibilização para o mercado agrícola europeu não tem acordo e cada um que arque com sua responsabilidade", disse, após almoço com o primeiro-ministro de Trinidad e Tobago, Patrick Manning, no Itamaraty. Pela manhã, em Genebra, Kamal Nath, um dos porta-vozes dos países emergentes na OMC, foi mais crítico, reforçando a posição do Brasil sobre a oferta americana. "A oferta dos UA em matéria de subsídios é totalmente inadaptada e sem relação com os preços atuais dos produtos alimentares nem com o que pedimos", havia declarado o ministro logo que chegou à sede da OMC. Durante a coletiva, Nath se disse otimista sobre os resultados do encontro desta semana que reúne os ministros de cerca de 40 países. "Vamos ter que trabalhar muito nos três ou quatro próximos dias", ponderou.Segundo ele, a atual crise mundial deve incentivar os 153 países membros da OMC a chegar a um acordo. "Nestas circunstâncias, é imperativo que todas as partes façam concessões para que possamos avançar nas negociações". Sobre os produtos industrializados, para os quais os países ricos pedem aos emergentes como Brasil, Índia e África do Sul que abram mais seus mercados, Kamal Nath insistiu na importância para os países em desenvolvimento de "protegerem suas indústrias, cada vez mais competitivas".