Título: Em dia de decisão de Copom, juros futuros fecham em alta
Autor: Góes, Ana Cristina
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/07/2008, Finanças, p. B2

Em compasso de espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que definiria o rumo da taxa básica de juros (Selic), os contratos de juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) encerraram a sessão em alta. O mercado divide suas apostas entre um ajuste de 0,5 e 0,75 ponto percentual na taxa. Atualmente a Selic está em 12,25% ao ano. O contrato DI de outubro deste ano, que concentra as apostas para reunião do Copom, foi o mais negociado do dia, passando de 12,88% para 12,92%. No curtíssimo prazo, o DI de agosto deste ano ficou em 12,65%, contra 12,57% do ajuste anterior. No médio prazo, os contratos fecharam próximos à estabilidade. O DI de janeiro de 2009 fechou com juro anual de 13,52%, contra 13,50% do ajuste anterior. No longo prazo, as taxas caíram. Janeiro de 2012 fechou com taxa anual de 14,52%, ante 14,61% do último ajuste. "A curva de juros ficou no meio do caminho entre um ajuste de 0,5 e 0,75 ponto. Se a elevação for de 0,75, o ajuste nas taxas será maior", avalia o gerente de renda fixa do Banco Prosper, Carlos Cintra. Para o economista-chefe da corretora Concórdia, Elson Teles, qualquer que seja o ajuste - 0,5 ou 0,75 ponto - não será uma surpresa para o mercado. "Se a alta for de 0,75 ponto pode ainda reforçar a credibilidade do Banco Central", afirma. No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,32%, cotado a R$ 1,585 na venda e R$ 1,583 na compra, abaixo do suporte de R$ 1,60. "O dólar teve um dia de recuperação frente às outras moedas no mercado internacional, puxado pela queda no preço do barril de petróleo em Nova York. Nas últimas sessões a moeda caiu bastante com a expectativa de ingresso de US$ 3 bilhões relativos ao acordo entre a MMX e a Anglo American", explica o diretor da corretora de câmbio NGO, Sidnei Moura Nehme. Em relação à tendência para a moeda norte-americana, Nehme aposta no patamar de R$ 1,60. "O mercado não está interessado em afundar o dólar e a moeda não se presta mais a ajudar no combate à inflação. Se o dólar cair abaixo deste suporte pode colocar em risco a economia brasileira", afirma. Nos Estados Unidos, a oscilação no preço do barril de petróleo ditou novamente a tendência nas bolsas em Wall Street. O barril da commodity encerrou o dia com forte queda de 3,1% para US$ 124,46, pressionado pela divulgação de aumento nos estoques da gasolina em 2,9 milhões de barris na semana encerrada no dia 18 de julho. O índice Dow Jones encerrou o dia em alta de 0,26%, nos 11.632 pontos. O índice S&P 500 avançou 0,41%, nos 1.282 pontos e o Nasdaq ganhou 0,95%, nos 2.325 pontos. No front interno, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão em baixa de 0,38%, nos 59.420 pontos, abaixo do patamar psicológico dos 60 mil pontos. Em sessão marcada pela volatilidade, o índice operou durante boa parte do dia em território positivo, na cola das bolsas norte-americanas. No entanto, a desvalorização do petróleo derrubou as ações da Petrobras, arrastando para baixo o principal índice da bolsa paulista.