Título: Inflação acima de 8% pode reduzir volume de crédito
Autor: Rebouças, Lucia
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/07/2008, Gazetainveste, p. B4

A crise do crédito hipotecário nos Estados Unidos (subprime) derrubou os mercados de ações ao redor do mundo e reduziu a oferta de crédito disponível. No mercado brasileiro as ações das empresas sofreram com a crise, mas o crédito imobiliário continua em alta. Este ano até maio, o volume de operações dos agentes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiu R$ 2,27 bilhões, quase o dobro do registrado no mesmo período de 2007, de acordo com Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O número de unidades financiadas, que atingiu 22.069, foi o mais elevado dos últimos 20 anos. Segundo Álvaro Musa, sócio diretor da empresa de consultoria Partner, o crédito imobiliário continua crescendo no País e não foi contaminado pela crise do subprime. "O sistema financeiro no Brasil é bastante cauteloso e as pessoas já aprenderam a usar o crédito", diz. As operações de crédito no País só sofrerão uma retração se houver um descontrole da inflação. Na opinião de Musa, uma projeção inflacionária acima de 8% disparará o sinal vermelho que reduzirá tanto o crédito ao consumidor quanto o imobiliário. Das 25 ações de empresas do setor imobiliário negociadas na Bovespa, 23 estão com elevadas perdas acumuladas no ano. A Inpar Construtora e Empreendimentos Imobiliários registrou a maior queda do setor 68,83%, seguida pela Even Construtora e Incorporadora, voltada para empreendimentos residenciais e comerciais, com perda de 57,78%. Já as ações da JHSF Participações, que atua nas áreas de incorporações imobiliárias residenciais e comerciais de alto padrão, desenvolvimento e administração de shopping centers e locações comerciais, ficaram com o melhor resultado: ganho de 26,48%.