Título: Contratações e inflação mantêm arrocho sobre os rendimentos
Autor: Assis, Jaime Soares de
Fonte: Gazeta Mercantil, 25/07/2008, Economia, p. A4
A taxa de desocupação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) caiu para 7,8% em junho, diante dos 7,9% registrados em maio. Segundo Cimar Azeredo, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do instituto, o indicador manteve-se estável, com variação pouco representativa em relação ao mês anterior. O crescimento 1,1% da população ocupada de junho, comparada com o mês anterior, elevou o total de trabalhadores empregados para 21,7 milhões. Segundo Azeredo, este incremento representa a criação de 247 mil postos de trabalho nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre. O resultado do mês passado, confrontado com junho de 2007, reflete um aumento de 4,5%, percentual que representa a abertura de 932 mil postos de trabalho. A nível de ocupação alcançou 52,6% no período. Para Azeredo, este desempenho foi o maior registrado desde 2002 e mostra a robustez do mercado de trabalho. O número de empregos formais se mantém em níveis elevados. Em junho o contingente com carteira assinada permaneceu em 9,5 milhões de trabalhadores. Este total ficou sem alteração ante o mês de maio. Na comparação com igual período do ano passado, houve um aumento de 9,5% no total de mão-de-obra contratada com registro em carteira. Rendimento O rendimento médio do trabalhador nas seis regiões metropolitanas acompanhadas pelo IBGE ficou em R$ 1.216,50 no mês passado, com pequena variação em relação aos R$ R$ 1.219,20 de maio. O crescimento do salário médio foi de 1,7% em relação a junho de 2007. Segundo Azeredo, a média de rendimento não se eleva porque há uma entrada significativa de novos contratados nas empresas com salários menores. Este componente se soma à inflação, que voltou a acelerar nos últimos meses, e à terceirização de mão-de-obra que tem crescido no mercado de trabalho. Em vários segmentos, no entanto, o IBGE apurou elevação nos rendimentos dos empregados. Isto ocorreu nas áreas do comércio, reparação de veículos e de objetos pessoais e varejo de combustíveis que tiveram aumento de 1,6%. O instituto apurou aumento de 1,2% nos grupamentos de serviços para empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira. O IBGE apurou queda de 2,2% nos rendimentos dos trabalhadores da indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água. A retração foi mais acentuada na indústria da construção, que apresentou queda de 6,8%. Os salários permaneceram estáveis para os empregados da educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social e serviços domésticos, de acordo com a sondagem. A massa salarial real das pessoas ocupadas cresceu 0,9% no mês de junho e fechou em R$ 26,7 bilhões. No acumulado do ano, o aumento do rendimento total alcançou 7%.