Título: Eleições de 2010 vão definir rumo econômico
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/07/2008, Nacional, p. A7

Claudio Porto, diretor-presidente da Macroplan, desenhou quatro cenários econômicos para o Brasil a depender do resultado das eleições presidenciais que ocorrerão em 2010. "As condições econômicas estão vinculadas ao desfecho das próximas eleições. Se fosse nos Estados Unidos eu não estaria dizendo isso, mas, no Brasil, a participação do Estado na economia é de 40% e influencia mais uns 15% privados", ressalta. Dessa forma, no melhor cenário de todos, venceria uma coalizão pró-reformas (tributária, política, trabalhista, previdenciária, administrativa e do Judiciário) aliada ao aprimoramento da política fiscal com redução dos gastos públicos correntes e metas de superávit nominal (receitas menos despesas incluindo todo o pagamento de juros). "Aí o Brasil se tornaria Blue Chip, um ambiente propício para receber os investimentos necessários para energia, infra-estrutura e logística, que são nossos maiores gargalos", diz, estimando que 5% de crescimento do PIB ao ano seria o piso, considerando um ambiente externo saudável. O cenário mais provável, segundo Porto, é uma junção de Crescimento Inercial com o que chamou de Travessia na Turbulência. Neste caso, haveria a manutenção da política econômica vigente, ainda com excesso de gastos públicos. Quanto às reformas, apenas pontuais, diz. Com isso, o Brasil teria 4,5% como teto de sua expansão. O panorama mais improvável, batizado de "Baleia Encalhada", seria a eleição de um neo-populista que flexibilizasse a política econômica, descartasse de uma vez a agenda de reformas e gerasse atraso na maioria dos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As conseqüências disso seriam uma moderada atratividade para investimentos privados, trajetória declinante do crescimento econômico e do emprego, tudo isso batizado por inflação de dois dígitos.