Título: Emergentes voltam a captar recursos
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Fonte: Gazeta Mercantil, 28/07/2008, GazetaInveste, p. B3

Depois de seis semanas consecutivas de perda, os fundos de ações de mercados emergentes voltaram a captar recursos na terceira semana encerrada em 23 de julho deste ano, com a queda do preço do barril de petróleo e modesto aumento do apetite ao risco dos investidores. Segundo a consultoria EPFR Global os fundos de ações da Europa, assim como os fundos regionais da França, Cingapura, Israel, Turquia e Austrália registraram captação positiva no período. Os fundos do Oriente Médio e da África também continuam captando recursos. Por outro lado, os fundos de ações dos Estados Unidos e os fundos Money Market, fundos de renda fixa de curto prazo tido como opções defensivas, apresentaram saídas no período. Os fundos dedicados ao grupo do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) também registraram resgates, porém os fundos da China e Índia isoladamente apresentaram aporte de recursos pela primeira vez em quatro semanas. Apesar da entrada de recursos para os fundos da Ásia (excluindo o Japão) que não registravam captação positiva desde maio, os fundos dedicados aos mercados emergentes registraram a sexta semana de perdas, apesar da entrada de recursos para os fundos do grupo Emea, que engloba as regiões do Leste Europeu, Oriente Médio e da África. Os fundos diversificados dedicados aos Mercados Emergentes Globais receberam US$ 1,37 bilhão na semana, maior fluxo desde o começo de dezembro. Embora os fundos do grupo Emea continuem sendo beneficiados pelo entusiasmo em relação às exportações de petróleo do Oriente Médio, eles vêm sofrendo nas semanas recentes com as preocupações em relação à Rússia. O esforço para controlar o petróleo da BP-TNK continua a erodir a confiança no presidente russo Dmitry Medvedev e na sua capacidade em melhorar o clima de negócios no país. Já os fundos da América Latina apresentaram a sétima semana consecutiva de resgates, registrando o mais longo período de perdas em dois anos, com os investidores retirando recursos dos fundos do México com a preocupação com o impacto da desaceleração da economia norte-americana sobre as exportações mexicanas e na redução de remessas de dinheiro dos mexicanos que trabalham nos Estados Unidos para o país, além da queda do preço do petróleo. Os fundos de ações brasileiros também registraram saídas, com o aumento da taxa básica de juros (Selic). Os resultados acima das expectativas ajudaram os fundos do setores de saúde e biotecnologia a registrarem captação positiva pela terceira vez em quatro semanas. Os fundos do setor de energia também tiveram tiveram aporte de recursos, captando US$ 868 milhões, com os preços dos ativos atrativos fazendo os investidores retornarem para o setor.