Título: Ibama assinará licença para usina de S. Antônio
Autor: Abade, Luciana
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/07/2008, Nacional, p. A4

A licença ambiental para a construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), deverá ser assinada amanhã pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. O Ibama, no entanto, determinará a redução da área a ser alagada, como uma das exigências para o início das obras de engenharia. "A área inundada vai ter que ser menor, o sistema de transposição dos peixes terá que ser dobrado dos dois lados e terão que investir no saneamento de Porto Velho e Jaci-Paraná", adiantou ontem o ministro. Segundo Minc, o Consórcio Furnas/Odebrecht, responsável pelo empreendimento, também terá que "adotar" duas unidades de conservação como parte da compensação ambiental pela construção da hidrelétrica: o Parque Nacional Mapinguari, no Amazonas, e a Reserva Biológica do Jaru, em Rondônia. De acordo com o presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, não se tratam de novas exigências, mas de "detalhamento" das condicionantes listadas pela licença prévia, concedida em julho do ano passado, feito após análise do projeto de instalação. "A adoção dos parques foi um acordo. Terá um custo muito pequeno, mas de valor simbólico muito grande", avalia Messias. O ministro do Meio Ambiente atribuiu a redução do desmatamento na Amazônia, em junho (leia texto nesta página), a medidas de fiscalização que entraram em vigor nos 36 municípios que mais contribuem para a devastação da floresta. Apesar dos números favoráveis, o ministro afirma que não há o que comemorar: "Os dados não nos animam", disse. Minc acredita que a redução do desmatamento em julho vai ser ainda maior, uma vez que o Banco Central vai bloquear o crédito rural de produtores que desmatarem ilegalmente. A resolução passou a valer nesse mês. O ministro mostrou-se surpreso com os resultados, já que o mês de junho é considerado um período crítico devido à estiagem que predomina na região. A visibilidade de 72% da área "torna os números do Inpe ainda mais confiáveis", acrescentou Minc.