Título: IGP-M de julho deve desacelerar
Autor: Stecanella, Vanessa
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/07/2008, Nacional, p. A5

A pressão dos preços de alimentos no atacado deve representar o maior impacto altista do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) de julho, que será divulgado hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo sondagem realizada pela InvestNews, o mercado financeiro aposta em elevação entre 1,73% e 1,93%, com média de 1,81%. Isso representa uma desaceleração em relação ao apurado em junho, quando o indicador subiu 1,98%. Para o trader da Corretora Umuarama, Rafael Mallet, as commodities agrícolas que continuam em alta no mercado internacional podem pressionar o Índice de Preços no Atacado (IPA), um dos componente do IGP-M. "Grãos como milho e soja devem continuar influenciando o item alimentos no atacado", aposta. Já na ponta do consumidor, ele acredita que os gastos com despesas pessoais devem representar o maior peso, como vem ocorrendo no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). Apesar do recuo previsto, Mallet avalia que o Banco Central pode continuar elevando a meta de juros, uma vez que esta é a única ferramenta disponível para controlar o consumo aquecido. "No entanto, a resposta do mercado para a ação do Comitê de Política Monetária (Copom) demanda tempo. Uma desaceleração da inflação deve acontecer somente no primeiro semestre de 2009, o que pode levar o BC a retomar o ciclo de quedas na taxa básica de juros somente na virada para o segundo semestre do ano que vem". Embora seja o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) o indicador da inflação oficial brasileira usado para balizar a política monetária, os outros índices têm forte influência na calibragem das expectativas do mercado para a taxa básica de juro (Selic). Para os economistas da Gradual Corretora, ao elevar de 12,25% para 13% ao ano, o BC alarmou muitos em relação à inflação corrente. "Cabe ao BC explicar o que ele está vendo de tão preocupante no cenário próximo".