Título: Selic em alta pressiona custo de empréstimos
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/07/2008, Finanças, p. B2

A elevação da taxa Selic já surte efeito sobre o custo de captação de crédito na praça, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). Porém, as instituições financeiras ampliaram o prazo para o pagamento dos empréstimos para diluir o aumento do juros. Assim, as parcelas dos empréstimos poderão caber no bolso do consumidor. Em junho, a taxa de juros aplicada nos empréstimos destinados à pessoa física aceleraram para 49,1% ao ano. Este é o maior patamar registrado desde abril de 2007 quando ficou em 49,9% anuais. Segundo os dados da autoridade monetária, o percentual subiu 1,7% em relação a maio, 5,2% no acumulado do ano e 1,3% nos últimos 12 meses. Taxa média sobe A taxa média geral, usada tanto nos empréstimos de pessoa física quanto jurídica, situou-se em 38%, um aumento de 0,4% sobre o mês anterior, de 4,2% no ano e de 1,3% nos últimos 12 meses. Por sua vez, o custo das operações de crédito concedidas às empresas ficou em 26,6% anuais no mês passado. Neste caso, recuou 0,3% em relação a maio, mas subiu 3,7% no ano e 2,9% em 12 meses, entre junho de 2007 e junho deste ano. O juro do cheque especial chegou a 159% anuais, o maior percentual desde agosto de 2003 quando ficou em 163,9%. O percentual subiu 19,4% nos últimos 12 meses. O chefe do departamento econômico do Banco Central, Altamir Lopes, reiterou que só em última "instância" o cheque especial deveria ser usado em uma operação financeira. Apesar do aumento da taxa de juros, as instituições financeiras elevaram o prazo médio para o pagamento das parcelas. Na média geral, o prazo foi elevado para 375 dias, um aumento de seis dias em relação a maio, de 25 dias no ano e de 46 dias nos últimos 12 meses. No caso para as compras de veículos, o prazo foi elevado para 602 dias, o maior já registrado na história.