Título: Alckmin já aceita a criação de um pedágio urbano na capital
Autor: Ribeiro, Fernando Taquari
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/08/2008, Politica, p. A9

O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, o ex-governador Geraldo Alckmin, admitiu ontem a possibilidade de implantar no centro da cidade o pedágio urbano. A medida, segundo ele, seria uma alternativa de longo prazo para desafogar o trânsito na capital paulista. O tucano, porém, ressaltou que, se eleito, vai priorizar os investimentos para ampliar as linhas do metrô e construir novos corredores de ônibus. "Você já tem várias cidades do mundo que já tem pedágio urbano, mas elas primeiro investiram no transporte coletivo. Tem muita coisa a ser feita antes de se pensar em pedágio urbano. Acho que nenhuma hipótese está descartada, mas há muita coisa ainda para se fazer", afirmou o ex-governador depois de conceder entrevista à Rádio CBN. Alckmin também disse que vai buscar parcerias com a iniciativa privada para construir estacionamentos subterrâneos. Desta forma, acredita, será possível reduzir o volume de carros das ruas. Os recursos para as obras, segundo o tucano, viriam por meio das Parcerias Público-Privadas (PPP). "A única PPP que saiu do papel foi a linha 4 do metrô. Um dos problemas é o excesso de carros. Precisa tirar os carros das ruas. Só que há oito anos não se faz garagem subterrânea. Tira da superfície, tira da avenida (o carro) e você estabelece o local, faz concessão por dez anos", argumentou Alckmin, que chegou à sede da rádio, no centro da cidade, de metrô. Siemens O candidato do PSDB ainda minimizou a tentativa da bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar 146 contratos firmados entre o estado e a empresa alemã Siemens entre 2000 e 2006, período em que Alckmin era o governador paulista. "Se houver um fato (deve ser investigado). O que não pode haver é politicagem em véspera de eleição", afirmou. De acordo com a denúncia, a Siemens teria gasto, ¿ 1,3 bilhão em transações suspeitas. Os petista ainda alegam que alguns contratos foram feitos em consórcio com a Alstom e tiveram um custo de R$ 2,75 bilhões. A multinacional francesa já está sob investigação por suposto pagamento de propina a tucanos para obter vantagens em contratos com o governo do estado. Na Assembléia paulista, a bancada governista desde que o PSDB assumiu o governo do estado, nunca deixou que fosse aberta uma comissão de investigação que fosse proposta pelos partidos de oposição Desafio O prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), segue com a estratégia de polarizar a disputa pela prefeitura de São Paulo com a candidato do PT, a ex-prefeita Marta Suplicy. Ontem, ele lançou o quarto desafio à adversária. Desta vez, propõe a comparação entre as duas gestões na criação de vagas em creches. Segundo a campanha democrata, Kassab abriu 43 mil novas vagas, enquanto a petista apenas 11 mil. A coordenação de campanha da ex-prefeita petista, por sua vez, reiterou que não vai responder às "provocações". Marta fez campanha ontem no Itaim Paulista, na zona Leste do município e, apesar da afirmação de sua coordenação de campanha, acabou por responder ao prefeito. "Cada um faz a campanha que pode e acha que deve fazer, a nossa é só com propostas, temos que convencer o eleitor e não o Kassab", disparou a petista. Mais tarde , a ex-ministra foi ao Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo para apresentar suas propostas para o desenvolvimento da cidade.