Título: INCC fica em 0,75%
Autor: Caprioli, Gabriel ; Kleber, Leandro
Fonte: Correio Braziliense, 27/04/2011, Economia, p. 12

O aquecimento da construção civil se manteve em abril e elevou os custos das obras. É o que aponta o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas. O indicador mostrou aceleração de 0,75%, ante 0,44% registrado no mês anterior.

O principal responsável foram os gastos com mão de obra, que avançaram 1,16%, contra 0,27% em março. Segundo a FGV, acordos coletivos em duas das sete cidades pesquisadas geraram impactos na inflação do segmento. Com melhores salários, os trabalhadores aproveitam para incrementar o consumo.

Carro zero quilômetro e casa própria passaram a fazer parte da realidade de trabalhadores como o encarregado de carpintaria Osvaldo do Nascimento, 45 anos. Desde 1985 no ramo, ele acredita que recebe atualmente um salário mais compatível com o serviço.

¿O salário melhorou, mas todas as despesas ainda apertam um pouco¿, afirmou. Com renda em torno de R$ 2 mil, ele já tem residência em seu nome e comprou um automóvel novo há poucos meses. ¿O veículo é uma necessidade, já que o transporte público é ruim¿, reclamou. Porém outros projetos ainda não podem ser colocados em prática. ¿Tenho vontade de cursar uma faculdade, mas ainda não é possível.¿

Orçamento menor O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias, deputado Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG), afirmou, durante audiência na Câmara, que o Orçamento de 2012 já deve começar com cortes de $ 40,6 bilhões. Moreira explicou que, pelos moldes da LDO, recursos reservados à continuação de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) formam uma espécie de poupança da União. ¿Do montante de superavit, o governo fez poupança e falou que é para dar resposta ao PAC. Mas, como não houve achatamento de metas, o governo vai fazer como fez este ano¿, afirmou o relator, referindo-se ao corte de mais de R$ 50 bilhões em 2011. ¿Alguma flexibilidade é necessária mesmo que tenhamos desvantagens¿, justificou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. (Josie Jeronimo)