Título: Unibanco lucra R$ 1,49 bi no semestre
Autor: Nascimento, Iolanda
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/08/2008, Finanças, p. B1

O Unibanco prevê atingir o topo da estimativa de alta para a sua carteira de crédito ao final deste ano, em relação a 2007, apesar de não manter o mesmo otimismo para o próximo ano, em que não arrisca uma previsão. Antes estimada entre 20% e 25% superior, agora o banco acredita fechar o ano com o percentual maior por causa dos resultados já alcançados no primeiro semestre e, particularmente, pelo aquecimento na demanda por financiamentos de veículos, crédito para pessoa jurídica e imobiliário, informou ontem o vice-presidente corporativo do Unibanco, Geraldo Travaglia, ao divulgar o desempenho da instituição nos primeiros seis meses de 2008, quando o lucro líquido subiu 5% em relação ao mesmo intervalo de 2007, e foi a R$ 1,49 bilhão. Excluindo eventos não recorrentes, como a venda de participação na Serasa, que aumentaram em R$ 203 milhões os ganhos do segundo trimestre do ano passado, a expansão do lucro foi de 22,8%. No segundo trimestre de 2008, o impacto dos efeitos extraordinários de 2007 no lucro líquido foi maior, com redução de 10%, para R$ 756 milhões entre abril e junho deste ano, ante igual período de 2007. Se contabilizados apenas os resultados recorrentes das duas fases, o lucro líquido aumentou 18,5% no trimestre. A carteira de crédito, assim como nos balanços dos bancos que já apresentaram seus demonstrativos financeiros do semestre, foi um dos grandes destaques do Unibanco. Sobressaíram-se ainda o crescimento do resultado operacional e das receitas de tarifas, melhoria na estrutura de funding e aumento na eficiência operacional, listou Travaglia, acrescentando também a ampliação da rede de atendimento e a conquista de mais clientes. O saldo da carteira cresceu 33,6% em um ano, alcançando R$ 68,99 bilhões em junho. Comparativamente ao primeiro trimestre, a elevação foi de 4,3%. A inadimplência, por outro lado, caiu de 4,5% do total da carteira em junho de 2007 para 4% em idêntico mês deste ano, afirmou. A carteira de varejo foi a que apresentou a maior evolução, de 39,2% e 4,6%, respectivamente em 12 meses e ante os primeiros três meses do ano, para R$ 42,6 bilhões em junho. No atacado, a alta foi de 25,5% e 3,7%, na mesma base comparativa, atingindo R$ 26,38 bilhões. O segmento de pessoa física cresceu 35,4% e 4,3%, para R$ 28,27 bilhões em junho. Já a expansão do saldo de crédito à pessoa jurídica foi de 32,4% e 4,3%, para R$ 40,71 bilhões. Travaglia ressaltou o crescimento da carteira de financiamento de automóveis, cuja variação foi de 86,9% em 12 meses e de 10,4% em relação ao primeiro trimestre, chegando em junho último em R$ 10,76 bilhões. "Há uma demanda sólida no mercado de automóveis", afirmou, observando, contudo, que não espera novas altas de quase 90%, como em 2007, "quando a base comparativa era menor", mas acredita em aumento de 45% para o segmento neste ano, a mesma expectativa para o imobiliário. Nessa área, o banco cresceu 28,8% em 12 meses e 5,7% no trimestre, para R$ 2 bilhões. A estimativa de alta para o consignado é de 35% em 2008. Travaglia afirmou que a previsão considera apenas a originação própria, já que a instituição está reduzindo a aquisição desse tipo de carteira "em função até do risco". No segmento, o Unibanco fechou o trimestre, com R$ 4,49 bilhões de saldo, sendo R$ 1,87 bilhão de originação própria. No total, a carteira de consignado cresceu 22,1% em um ano e caiu 7,8% no trimestre. A originada pelo banco subiu 33,9% e 5,3%, respectivamente. O crédito para as pequenas e médias empresas também deverá dar um novo salto ao final do ano, entre 25% e 30%, espera o executivo. Em doze meses cresceu 48,9% e em relação ao primeiro trimestre avançou 5,8% e foi a R$ 10,29 bilhões em junho. A previsão de aumento dos empréstimos às grandes corporações foi revista pelo Unibanco, que esperava percentual entre 10% e 15% para este ano e agora estima de 15% a 20%. A baixa liquidez no mercado internacional, informou Travaglia, está fazendo com que as grandes companhias recorram mais as linhas de financiamento disponíveis no Brasil. Essa carteira subiu 23,2% em um ano e 3,7% no trimestre, somando R$ 25,9 bilhões no semestre.