Título: CSP quer produzir bafômetro e sistema de segurança no exterior
Autor: Wilke, Juliana
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/08/2008, Industria, p. C4

Desde que a Lei Seca entrou em vigor, em junho deste ano, as vendas de bafômetros produzidos pela catarinense CSP Controle e Automação, de Florianópolis, devem saltar de 40 por mês para cerca de 100 por mês. A empresa lançou o primeiro bafômetro em 1986 e hoje, além de crescer no Brasil tem planos para ampliar o negócio também para o mercado internacional a partir de 2011, com a instalação inicialmente de uma base de distribuição no Canadá e depois uma filial fabril. Conforme o Inmetro, até julho deste ano, 587 etilômetros (nome oficial do aparelho) foram verificados. Durante todo o ano de 2007 foram 1033. A empresa já coloca no mercado um novo produto que segue as normas do Inmetro, o BF 2000 e desenvolve o BF 3000, que estará à venda em meados de 2009. O investimento na terceira versão do aparelho é de R$ 2 milhões financiados pela Finep e pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul (BRDE). Outra novidade é o Barfômetro, aparelho portátil e manual, adaptado para bares e boates, informou o diretor, Dhelyo Rodrigues. A expectativa é de que o BF 2000 represente 15% do faturamento da CSP no próximo ano. A empresa registrou faturamento de R$ 8 milhões em 2007 e em 2008 prevê receita acima de R$ 10 milhões. A diferença do BF 2000, em relação ao modelo antigo, é a tecnologia empregada. A medição do novo bafômetro ocorre por meio de células de combustão garantindo maior precisão ao equipamento. Segundo Rodrigues, hoje os principais clientes não são do setor público mas empresas privadas, como transportadoras e usinas de álcool. O empresário conta que há usinas que utilizam até 50 bafômetros para evitar que os funcionários consumam o álcool misturado a outras substâncias, como a groselha e açúcar, prática comum no segmento. O bafômetro é usado ainda para garantir maior segurança na operação de máquinas e equipamentos, por exemplo. "A crescente preocupação das indústrias e empresas de transporte com relação ao alcoolismo e a prevenção de acidentes é responsável pelo aumento no volume de vendas de 10% ao ano", disse o executivo. Segundo ele, o fechamento de contratos com o setor público depende de licitações, das quais a empresa vai participar. Mesmo com um preço muito superior, Rodrigues estima comercializar 100 aparelhos do BF 2000, por mês. "Existe muita expectativa no mercado, há clientes esperando pelo novo modelo", conta. O atual bafômetro custa R$ 1,8 mil e a nova versão custará R$ 8 mil. O bafômetro representa 10% das vendas da empresa que também faz produtos de segurança no trânsito com a produção de radar a laser, lombada eletrônica, controlador semafórico e o mais recente produto, o AutoCap, associa rastreamento e monitoramento e envio de dados e imagens em tempo real que podem ser visualizadas através da web. Segundo o empresário em São Paulo 30% das multas são auferidas por equipamentos CSP. A empresa já exporta alguns produtos nessas áreas e o foco principal no Canadá será o AutoCap. Segundo Rodrigues o diversificado portfólio dará suporte à nova estratégia de comercialização do bafômetro. "Todo investimento no BF 2000 foi feito visando o mercado global." Rodrigues pretende usar o Canadá como porta de entrada, para facilitar o ingresso do aparelho no mercado dos EUA. Segundo ele, o mercado externo é dominado por três empresas: as americanas Intoximeter e CMI, e pela alemã Dragüer. Apesar disso, Rodrigues acredita que disputar uma fatia deste mercado é possível. "Há mais de dez anos a política de fiscalização nestes países não é significativamente alterada, o que nos leva a crer que a demanda tem acompanhado a evolução normal dos mercados. Em um contexto de consumo estável como este, podemos trabalhar com tranqüilidade e abocanhar uma parte deste bolo".