Título: Indicadores refletem reversão da alta das commodities
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 12/08/2008, Nacional, p. A5

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, demonstrou otimismo diante do comportamento da inflação que começa a dar sinais de queda nas últimas semanas. "Estou satisfeito com a redução da inflação, em todos os índices de preços, tanto no atacado como no varejo", declarou. Para o ministro, a desaceleração dos preços é reflexo da reversão de alta dos preços das commodities. "Isso vai fazer com que a inflação possa caminhar mais rapidamente para o centro da meta no futuro", disse Mantega, sem especificar se estaria se referindo a meta do governo para a inflação de 2008 ou de 2009. Mantega não atribuiu, entretanto, a desaceleração da inflação ao aperto monetário, implantado pelo Banco Central desde abril. Categoricamente, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tem avisado que o aperto monetário pretende trazer a inflação para o centro da meta já em 2009. Pela segunda semana consecutiva, a pesquisa Focus do Banco Central (BC) reduziu a projeção da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2008. O documento divulgado ontem trouxe a projeção do IPCA abaixo do teto da meta. A pesquisa indica expectativa de alta de 6,45% no ano. Para 2009, os analistas mantiveram a estimativa em 5%, acima do alvo central, de 4,5%. Apesar do arrefecimento dos preços, Mantega argumenta que o governo permanecerá atento às ameaças inflacionárias. "Isso não significa que agora devemos descuidar dessa questão. O governo continuará empenhado em controlar a inflação porque ela sempre pode voltar, se difundir a partir do que aconteceu no passado", declarou após participar de reunião do Conselho de Administração da Petrobras, em Brasília. Embora avalie que o superávit primário, estipulado este ano em 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB), já esteja de bom tamanho, o ministro não descartou a possibilidade de elevar esta meta. "Já estamos fazendo um bom superávit primário. Se for necessário o (aumento do) superávit primário é uma excelente arma para combater a inflação, pois ele reduz o gasto do Estado e o dispêndio público e ajuda a segurar a demanda agregada", afirmou.