Título: IPC deve encerrar o ano com elevação de 6,40%, prevê Fipe
Autor: Stecaniella, Vanessa
Fonte: Gazeta Mercantil, 04/09/2008, Nacional, p. A5

4 de Setembro de 2008 - O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) deve encerrar este ano com alta de 6,40%. A nova estimativa foi anunciada pelo coordenador da pesquisa do índice, Antonio Comune. A previsão anterior era de inflação em torno de 6,35%. A revisão considera uma pressão em setembro por parte de despesas com habitação, grupo que deve subir puxado por reajuste das tarifas de água e telefonia. "A previsão para setembro é de inflação de 0,40%, com viés de baixa, isso porque as despesas com saneamento e telefone devem pesar no grupo habitação, que vai continuar respondendo pela maior parte do IPC", diz Comune. Além disso, segundo o economista da Fipe, de outubro a dezembro a inflação na cidade de São Paulo deve repetir o comportamento observado em igual período de 2007, quando foi iniciada a elevação dos preços de alimentos, principalmente por conta da demanda internacional e da cotação de commodities agrícolas no cenário externo. "Tudo indica que carnes e cereais devem pautar mais uma vez este aumento", acredita Comune. Indicador recua em agosto O IPC da Fipe recuou para 0,38% em agosto, em relação à inflação de 0,45% observada em julho. O resultado está abaixo das expectativas do mercado financeiro. A Concórdia Corretora de Valores, por exemplo, projetava alta de 0,45% para o mês. Em 12 meses, o IPC acumula alta de 6,35%. Em agosto, o indicador apresentou inflação de 0,38% na primeira medição, recuando depois para 0,34% na segunda prévia. Já no terceiro levantamento do mês, o IPC interrompeu um movimento de desaceleração observado desde a primeira prévia de junho e avançou para 0,35%. O destaque ficou para os preços do grupo alimentação, que abandonou o patamar altista e colaborou para o recuo do IPC ao marcar deflação de 0,49% no mês passado, com recuo de 1,56 ponto percentual ante a inflação de 1,07% observada em julho. O resultado da classe de despesas é o menor desde a primeira medição de julho de 2006, quando o grupo registrou queda de 1,11%. Outras classes de despesas do IPC também registraram desaceleração nos preços. Vestuário permaneceu no patamar baixista e registrou deflação de 0,38% em agosto, contra variação também negativa de 0,03% observada no mês anterior. Na comparação entre julho e agosto, os custos de despesas pessoais caíram de 1,19% para 0,75%, respectivamente, enquanto os de saúde diminuíram de 0,56% para 0,44%. Já os preços de transportes recuaram de 0,32% para 0,29%. Habitação foi o grupo que liderou a alta de agosto, marcando inflação de 1,03%. O resultado é 1,12 ponto percentual maior em relação à deflação de 0,09% vista em julho. Os custos da classe de despesas educação também aceleraram, encerrando o mês passado com alta de 0,12%, ante variação positiva de 0,05% em julho. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Vanessa Stecanella e Marcel Salim/InvestNews)