Título: Novo presidente do STJ apóia Mendes
Autor: Quadros, vasconcelo
Fonte: Gazeta Mercantil, 04/09/2008, Política, p. A6

Brasília, 4 de Setembro de 2008 - Os desdobramentos das denúncias de grampos em autoridades dos três poderes continuam no centro das atenções do Legislativo e do Judiciário. Ontem, o tema foi atacado, inclusive, no discurso de posse do ministro Cesar Asfor Rocha que assumiu a Presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O novo presidente do STJ mostrou-se preocupado com "as turbulências que ameaçam a harmonia entre os três poderes, e manifestou - em nome de todos os seus pares - total e irrestrita solidariedade ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, vítima de escutas telefônicas ilegais. Na platéia, estavam o presidente Lula, os presidentes dos outros poderes e de 12 governadores. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também reagiu e durante a posse no STJ, o presidente da instituição, Cezar Britto, disparou críticas às "crescentes manifestações de autoritarismo e de ataques ao direito de defesa no País, inclusive por setores do Judiciário". A seu ver, por conta "desse quadro de anomalias" é que proliferou o uso de grampo telefônico, que transformou o estado democrático de direito em "Estado de Bisbilhotagem". "Instalou-se a Grampolândia", disse Britto. No Congresso, a oposição cobrou respostas mais enérgicas do presidente Lula, que segundo eles, receberia um relatório periódico sobre grampo ilegal, e começou a articular a criação de uma CPI na Câmara e outra no Senado para investigar a participação da Abin. O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), contrário a CPI, passou a defender a instalação de uma ouvidoria Após uma reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, o presidente do Congresso, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou que o Parlamento pretende criar uma ouvidoria dentro da Abin para acompanhar a realização de grampos telefônicos. Garibaldi concedeu o prazo de cinco dias à Polícia Legislativa para concluir se o grampo partiu de telefones do Senado. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Márcio Falcão)