Título: Geórgia acusa Rússia de violar cessar-fogo
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/08/2008, Internacional, p. A12

Tbilisi e Nova York, 14 de Agosto de 2008 - A Geórgia acusou ontem a Rússia de violar a trégua no conflito em torno da Ossétia do Sul. Moscou nega os ataques, mas o caos vigora ao redor de uma indefesa cidade georgiana a oeste da capital, Tbilisi. O governo pró-ocidental da Geórgia recebeu novas manifestações de apoio por parte do presidente dos EUA, George W. Bush, que prometeu ajuda humanitária em aviões militares. Ele e a secretária de Estado Condoleezza Rice, que se prepara para ir a Tbilisi, alertaram a Rússia a respeitar os termos da trégua mediada na véspera pela França. Moscou anunciou na terça-feira a suspensão da operação militar iniciada depois que a Geórgia enviou tropas para tentar recuperar o controle da Ossétia do Sul, uma república separatista que desde o início da década de 1990 goza de autonomia sob a proteção russa. "A Rússia precisa manter sua palavra e agir para encerrar a crise", disse Bush, enquanto Rice alertou que eventuais violações da trégua "só servirão para aprofundar o isolamento para o qual a Rússia está se movendo". O presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, disse que apesar da trégua as forças russas continuaram avançando em seu país e saquearam a cidade de Gori, a 60 km ao leste de Tbilisi. A Rússia nega as acusações. Em conversa com Rice, o chanceler Sergei Lavrov disse que as forças russas agirão com dureza para evitar saques cometidos por milícias irregulares. "Eu disse desde o princípio que, se tais fatos se provarem verdade, vamos reagir da forma mais séria. A população pacífica deve ser protegida. Estamos investigando todos esses relatos e não vamos tolerar tais ações", afirmou ele. O secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse ontem estar preparado para contribuir com o envio de tropas de paz às duas regiões separatistas da Geórgia, Abházia e Ossétia do Sul. O envio de tropas de paz armadas à Geórgia, como pede Tbilisi, exigiria aprovação do Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia tem poder de veto. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 12)(Reuters)