Título: Dólar volta a cair após sete sessões em alta
Autor: Góes, Ana Cristina
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/08/2008, Gazetainveste, p. B4

São Paulo, 14 de Agosto de 2008 - O dólar comercial interrompeu a série de sete altas consecutivas e encerrou o pregão de ontem queda de 0,68%, cotado a R$ 1,614 na venda. "A moeda seguiu a tendência externa. Lá fora o dólar parou de subir, se estabilizou", avalia o economista-chefe do Banco Schahin, Sílvio Campos Neto. "O dia teve um fluxo positivo, vindo dos exportadores. Eles estão sempre com o dedo no gatilho para aproveitar essas chances", afirma o gerente de câmbio do Banco Prosper, Jorge Knauer. A divisa norte-americana acumula ganhos de 2,72% na semana e 3,48% no mês. No entanto, no ano, a moeda perde 8,48%. Outro fator que contribuiu para a queda do dólar ontem foi a forte baixa registrada no preço do barril do petróleo WTI, negociado em Nova York. A commodity operou em território positivo durante a maior parte do pregão e chegou a atingir valorização de 3,3%, para US$, 116,79, após a divulgação do relatório semanal de estoques. O relatório informou que os níveis de estoques de óleo e da gasolina nos Estados Unidos recuaram em 400 mil barris e 6,4 milhões de barris respectivamente. No entanto, no final das negociações, a matéria-prima inverteu a tendência de alta e fechou em baixa de 1,2%, nos US$ 113,07. Uma pesquisa da consultoria Platts informou que os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aumentaram a produção coletiva de petróleo bruto em 300 mil barris por dia em julho, chegando a uma média de 32,77 milhões de barris no mês. Excluindo o Iraque, os 12 membros signatários de acordos de produção produziram em média 30,31 milhões de barris em julho, ou 330 mil barris a mais que os 29,98 milhões de barris de junho, e 637 mil barris a mais que a meta de 29,673 milhões de barris. "O dólar está passando por uma fase de correção e as oscilações no preço da commodity afetam muito o dólar", diz o economista-chefe da corretora Gradual, Pedro Paulo Bartolomei da Silveira. No mercado de juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), os contratos fecharam o dia em alta, apesar da agenda vazia de indicadores de inflação. "O mercado tirou os olhos da inflação e voltou para as oscilações da commodities", avalia Silveira. O contrato DI de janeiro de 2010, o mais líquido da sessão, apontou taxa anual de 14,75%, contra 14,74% do ajuste anterior. Janeiro de 2012 fechou com taxa anual de 14,20%, contra 14,15% do último ajuste. O DI de setembro apontou taxa de 12,86%, ante 12,85% do fechamento da véspera. Outubro registrou taxa de 13,13%, ante 13,12% do último ajuste. O DI de janeiro de 2009 fechou com juro anual de 13,76%, frente aos 13,74% do ajuste anterior. Nos Estados Unidos, a reversão em queda da tendência do preço do barril de petróleo WTI não foi suficiente para puxar as bolsas para o território positivo. A queda nas vendas do varejo - o indicador recuou 0,1% em julho ante o mês precedente - somada ao clima de apreensão na véspera do anúncio do índice de inflação ao consumidor mantiveram as bolsas no vermelho pelo segundo dia consecutivo. O índice Dow Jones encerrou em queda de 0,94%, nos 11.532 pontos. O índice S&P 500 teve queda de 0,08%, nos 2.428 pontos e o Nasdaq retrocedeu 0,29%, nos 1.285 pontos. A volatilidade no preço do barril de petróleo também dita o rumo das negociações na Bolsa paulista. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou o dia em leve alta de 0,13%, nos 54.573 pontos, após registrar volatilidade durante boa parte do dia. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Ana Cristina Góes)