Título: Consórcio liderado pela Suez entrega projeto de Jirau à Aneel
Autor: Morais, Márcio de
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/08/2008, Infra-estrutura, p. C9

Brasília, 14 de Agosto de 2008 - O Consórcio Energia Sustentável (Enersus) - liderado pela Suez e Camargo Corrêa - entregou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na tarde de ontem, o projeto básico da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, já considerando o novo eixo que planeja para a obra, no local denominado cachoeira Ilha do Padre, em substituição ao local original que consta do edital de licitação e que dá nome à usina. O novo local fica a nove quilômetros de distância do original. À saída da audiência com o presidente da Aneel, Jerson Kelman, o presidente do consórcio, Victor Paranhos, evitou falar sobre o processo por calúnia que responde, de autoria da Construtora Odebrecht, líder do consórcio Madeira Energia, vencedor da usina de Santo Antônio, por ter acusado o concorrente de espionagem industrial. Mas informou que toda a configuração geológica e demais informações para análise do regulador estão em quatro volumes de documentos impressos e mais quatro DVDs. "Hoje, (a agência) tem total informação para uma decisão", avaliou Paranhos, diante do risco de impugnação que a mudança de local pode causar, especialmente pela contestação do consórcio concorrente, que perdeu a licitação com uma proposta que considerou a cachoeira de Jirau. A novidade do projeto da Enersus, afirmou Paranhos, é que possui melhores condições geológicas, por ter rochas mais adequadas ao processo de escavação. O executivo alertou, no entanto, que o projeto "é dinâmico, como de qualquer usina". Paranhos informou também que o projeto do canteiro de obras já foi entregue ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e que aguarda a diretoria de licenciamento do órgão se pronunciar, para dar início à instalação da infra-estrutura local necessária ao início do empreendimento. Kelman se absteve de fazer qualquer comentário sobre as observações de que o local poderá ser inviabilizado em quatro ou cinco anos, pelo acúmulo de resíduos, o que tornaria a obra um fracasso, na visão do consórcio concorrente. "Ainda não fizemos a análise dos documentos", disse Kelman. Reunião técnica do PAC A briga entre os consórcios terá um desdobramento técnico no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da qual a usina de Jirau faz parte. Uma reunião do Grupo Executivo do PAC (GePAC) foi marcada para sexta-feira, no Ministério de Minas e Energia, para avaliar os vários desdobramentos da nova usina dentro do contexto do programa do governo Lula. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9)(Márcio de Morais)