Título: Acordo no ABC deve orientar e normalizar produção pelo País
Autor: Oliveira, Wagner ; Staviski, Norberto
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/09/2008, Nacional, p. A6

São Paulo e Curitiba, 8 de Setembro de 2008 - Com um acordo firmado na madrugada de sábado entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e montadoras, a indústria automobilística deve retomar esta semana o seu forte ritmo de produção. Assembléia dos metalúrgicos ratificou, ainda no sábado, reajuste salarial de 11,01% - aumento real de 3,6%, descontada a inflação do período. Também foi definido aumento de 12,6% para o piso da categoria - de R$ 1.110 sobe a R$ 1.250. Além disso, a categoria no ABC receberá abono em setembro de R$ 1.450. "Com o abono, a reposição real chegará a 5% ", afirmou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O reajuste, que vale também para Taubaté, São Carlos e Tatuí, no interior paulista, é um dos melhores já conseguidos pela categoria este ano em todo o País. A expectativa é que o acordo no ABC, que ainda concentra grande parte da produção de veículos, oriente o restante da categoria em São Paulo e outros estados que ainda não chegaram a entendimento. Metalúrgicos da autopeças da região de Campinas, por exemplo, aguardavam acordo das montadoras para orientar sua decisão até a tarde de ontem. A categoria reivindica reajuste real de 9,53%. No Paraná, a maior parte da categoria também decidiu por um acordo. Quatro mil funcionários do complexo Ayrton Senna voltaram ao trabalho na fábrica onde está instalada a aliança Renault/Nissan, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Eles aceitaram a proposta da empresa de um reajuste de 10,1% a partir de setembro e um abono de R$ 1,5 mil que também será pago neste mês, feita na manhã de sexta-feira. Os metalúrgicos da Renault/Nissan seguiram o exemplo dos funcionários da Volvo do Brasil que, já na quinta-feira, haviam aceito uma proposta semelhante. Assim, apenas a fábrica da Volkswagen no Paraná ainda está em greve, mas com amplas possibilidades da mesma proposta ser aceita por seus 4 mil funcionários na manhã desta segunda-feira, quando serão retomadas as negociações. A proposta da VW, já rejeitada em assembléia, é de 2,5% de aumento real e os 7,6% referentes à correção da inflação para serem aplicados em novembro, e um abono de R$ 1,5 mil para setembro. Em nota oficial, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), informou que a Renault/Nissan propôs 2,5% de aumento real e reposição integral da inflação acumulada nos últimos doze meses (7,6%), totalizando 10,1% de reajuste no salário, que devem ser aplicados ainda no mês de setembro. Além disso, os trabalhadores receberão um abono dividido em duas partes: R$ 1,5 mil a ser pago nesta segunda-feira, e outra parcela de R$ 100 para o próximo dia 19. Ficou decidido que os quatro dias de greve não serão descontados do salário, mas sim, do banco de horas dos trabalhadores. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)(Wagner Oliveira e Norberto Staviski)