Título: Sebrae lança programa para ampliar participação das micro
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/09/2008, Nacional, p. A8

Brasília, 8 de Setembro de 2008 - Com o objetivo de reforçar a presença das micro e pequenas empresas no mercado internacional, mesmo tendo como pano de fundo a crise econômica que afeta as economias desenvolvidas, o Sebrae Nacional vai lançar em outubro um programa chamado Internacionalização das Micro e Pequenas Empresas. A iniciativa conta com apoio do governo federal, Confederação Nacional da Indústria (CNI) e órgãos externos, como o Centro de Comércio Internacional (ITC, na sigla em inglês), adiantou o Sebrae à Gazeta Mercantil. O programa vai consolidar as medidas já anunciadas no pacote chamado de Estratégia Brasileira de Exportação, divulgado quarta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). E vai agregar ao projeto o apoio do ITC, órgão que atua em países em desenvolvimento, ligado à Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, vai expandir para todo o Brasil a parceria com os centros internacionais de negócios da CNI, informou a gerente de unidade de acessos ao mercado do Sebrae Nacional, Raissa Rossiter. A CNI já possui escritórios regionais destinados a capacitar empresários para o mercado exportador no Rio de Janeiro, Paraíba, Goiânia, Ceará e Vitória. O Sebrae quer usar a expertise nas áreas de inteligência de mercado e de negócios do ITC na preparação das micro e pequenas empresas para o mercado exportador. "O Sebrae fará todo o esforço para que as metas do governo sejam cumpridas até 2010", enfatizou Raissa. O governo destinará R$ 8,3 bilhões para aumentar em 10% a base de pequenas e médias empresas exportadoras até 2010, medidas consideradas "muito positivas" pelo órgão. Entretanto, o Sebrae Nacional avalia que as medidas do governo de incentivo às exportações, sozinhas, são insuficientes para garantir a permanência e o aumento dessas empresas no mercado externo. "Mas com a ajuda do setor privado e de outros órgãos isso é possível", disse a gerente do Sebrae Nacional. O Sebrae Nacional reconhece os problemas a serem enfrentados para alcançar as metas diante do mercado internacional menos aquecido e da permanência da depreciação do dólar ante o real. Raissa acredita, entretanto, ser possível se obter êxito no cumprimento das metas, com a definição de estratégias ¿ com descoberta de nichos de mercados, busca de mercados alternativos e agregação de valor aos produtos. Nos últimos três anos 2,5 mil pequenos negócios saíram do mercado exportador por conta da perda de competitividade nacional no cenário externo, segundo o Sebrae Nacional. Em 2005 existiam 13,538 mil unidades exportadoras, mas esse número caiu atualmente para cerca de 11 mil unidades. As vendas externas do setor representam hoje apenas 1,4% (cerca de US$ 1,8 bilhão) do total anual exportado pelo Brasil, embora a participação do número de empresas responda por 65% do total de 19,956 mil, incluindo as médias e grandes. A meta do governo é elevar em 10% o número de empresas exportadoras de pequeno porte até 2010, número que pode chegar a cerca de 12 mil unidades. Ainda assim, ficará abaixo do número alcançado no passado. Muitas delas não conseguem se consolidar no mercado internacional por falta de informação sobre linhas de crédito, pelas barreiras tarifárias, burocracia, baixo valor agregado e até por desconhecimento de línguas estrangeiras, que se torna um empecilho para a concretização de negócios. Entretanto, o secretário de comércio exterior, Welber Barral, nega que houve perda de mercado no exterior por conta do dólar. Ele assegura que houve ganho de participação dos produtos do Brasil no mercado internacional, cuja fatia de apenas 0,8% em 2002 subiu para os atuais 1,16%. A meta é chegar a 1,25% em 2010. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Viviane Monteiro)